Fumaça, chás, baralho e mulheres proibidas. Veja como é o “sextou” no Catar
Cadeiras e mesas de plástico se espalham na calçada em frente ao Public Corniche Coffee Shop, na região central de Doha. Já passa de meia-noite de quinta-feira e o lugar está lotado, tanto na área externa, como nos salões interiores.
O cheiro forte de essências artificiais de maçã e uva impregna o denso ar esfumaçado. Atendentes desviam da clientela com fumegantes copos de chá de menta, no ambiente estritamente masculino.
Eles jogam damas, dominó e longas partidas de carteado. Mas nada de apostas. Elas são proibidas.
O astro do espaço com cara de boteco brasileiro, mas sem cerveja e proibido para mulheres, é a shisha – um grande aparato de metal, com duas mangueiras laterais e água, utilizado para fumar um tipo de tabaco com sabores. É o que popularmente conhecemos como narguilé no Brasil.
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No Catar, assim como na maioria dos países muçulmanos, a noite de quinta-feira equivale à nossa sexta-feira. É o dia de sair e relaxar após a semana de trabalho. As ruas ficam lotadas até altas horas da madrugada. É um dia sagrado.
Há salões de shisha, como são chamados, espalhados pela capital do país, desde espaços requintados, em que um cachimbo não custa menos de R$ 100 e pode ser acompanhado por cerveja, vinho e tequila, frequentado por turistas e sheiks ricos e solitários.
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E também locais como o Public Corniche, altamente populares, em que se fuma por R$ 30 e se pede batatas fritas e refrigerante. É um tipo de equivalente árabe de nosso bar pé-sujo.
Há latões de lixo ao lado das mesas e cadeiras, em que infinitos gatos reviram restos em busca de alimentação. Há barbeiros trabalhando à uma da manhã em clientes noturnos. É madrugada no Catar e é hora de relaxar.