Fracasso de Tite explica por que Brasil exporta jogadores e importa treinadores
A eliminação do Brasil para a Croácia nas quartas de final da Copa do Mundo 2022 não foi apenas uma derrota do técnico Tite.
Ao expor as limitações do até então mais preparado dos treinadores brasileiros, o revés para mais um adversário europeu – convenhamos, uma modesta equipe croata - expõe as limitações generalizadas de toda a escola de técnicos brasileiros nas últimas décadas.
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Não há uma mentalidade nacional aplicada ao futebol como conjunto. Não há uma ideia do jogo brasileiro como equipe.
O que existe é a aposta eterna no talento individual, que surge milagrosamente, ano após ano, em novas fornadas de craques.
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Coletivamente, a seleção que se viu no Catar nunca esteve perto de uma personalidade coletiva bem definida.
Ficou refém de lançamentos longos, bolas esticadas, um drible desconcertante, uma finalização perfeita. No primeiro teste mais sério, cai. E agora Tite vai embora. Há um vácuo na seleção mais vezes campeã do mundo.
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E não há um nome brasileiro que possa ser incontestável. Mano Menezes, Fernando Diniz, Dorival Júnior? Para quem teve duas vezes Dunga, tudo pode acontecer.
Não é por acaso que os treinadores brasileiros não conseguem extrapolar o mercado nacional e emplacar trabalhos na Europa.
Se apegam à limitação do idioma. É apenas uma desculpa. Não há interesse do principal mercado do planeta em nossos técnicos, ao contrário de argentinos e até chilenos, ocupando cargos em grandes clubes.
O Brasil exporta atletas talentosos, e agora tem de importar técnicos competentes. Quem sabe, esteja aí, na aposta inédita em um estrangeiro, a única saída para o jejum brasileiro.