Copa do Mundo

Criticado, Catar espalha propaganda de Comitê de Direitos Humanos na Copa

Por
Julio Filho
02/12/2022 10:00 - Atualizado: 05/09/2024 13:01
Sede do Comitê Nacional de Direitos Humanos no Catar
Sede do Comitê Nacional de Direitos Humanos no Catar | Foto: Divulgação

Acusado de tentar utilizar a Copa do Mundo como ferramenta para melhorar a própria imagem perante o mundo, o governo do Catar tem investido forte nas propagandas de um Comitê Nacional de Direitos Humanos durante a disputa da competição.

Os anúncios estão espalhados por estações de metrô e pontos de ônibus, com telefones para denúncias e uma linha direta que supostamente funciona 24 horas por dia.

"Futebol é uma cultura de paz e respeito por direitos humanos", diz uma delas.

Perto do parque Al Bidda, um dos principais da capital Doha, fica a sede do órgão: um prédio alto com um imenso letreiro no topo, destacando-se na região.

Oficialmente, o Comitê foi fundado em 2002 pelo governo local, “com a responsabilidade de supervisionar e conduzir investigações sobre abusos de direitos humanos no país”.

Catar foi acusado de "escravidão moderna" em obras para a Copa

Linha direta para denúncias. Foto: Julio Filho/UmDois
Linha direta para denúncias. Foto: Julio Filho/UmDois

Antes e durante a Copa, o Catar vem sendo duramente acusado por organismos internacionais pela morte de trabalhadores e falta de direitos humanos e trabalhistas.

Segundo o jornal inglês, The Guardian, mais de 6500 operários migrantes morreram nas obras para a competição.

Propaganda em metrô de Doha. Foto: Julio Filho/UmDois
Propaganda em metrô de Doha. Foto: Julio Filho/UmDois

Recentemente, a organização da competição admitiu que cerca de 500 operários teriam morrido durante os preparativos para o Mundial.

Até 2020, vigorava no país o sistema da Kafala, praticado no golfo árabe e comparado a uma espécie de escravidão moderna em que trabalhadores só podem mudar de emprego com a permissão do empregador.

Além disso, os trabalhadores estrangeiros eram forçados a viver em alojamentos insalubres fornecidos pelos próprios patrões.

Há dois anos, o Catar foi um dos primeiros países da região a reformar o sistema, derrubando a necessidade de permissão do patrão para mudança de emprego.

O país ainda anunciou um aumento do salário mínimo, considerado insuficiente por organizações internacionais, que acusam ainda haver trabalhadores recebendo 1 dólar por hora.

Oficialmente, no entanto, o Catar diz que o novo mínimo é de 1000 ryials, cerca de R$ 1400.

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Formado pela UFPR, ingressou na Gazeta do Povo em 2014, como repórter na editoria de Esportes, participando de coberturas de Campeonato Paranaense, Copa do Brasil, Brasileirão, Sul-Americana, Libertadores, Olimpíadas e Copa do Mun...

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