Elizabeth II, recordista olímpica
Se existe algum monarca que poderíamos chamar de “olímpico”,
foi Elizabeth II, a rainha do Reino Unido que faleceu nesta quinta-feira – Alberto
II de Mônaco é membro do COI e correu de bobsled em cinco edições seguidas de jogos
de inverno, mas isso foi antes de subir ao trono do principado. Elizabeth
II declarou abertas duas edições de Jogos Olímpicos, Montreal-76 e Londres-2012
(um recorde que ela infelizmente divide com Adolf Hitler se incluirmos as
edições de inverno, pois o nazista abriu os jogos de Garmisch-Partenkirchen e
Berlim, ambos em 1936), e até poderia ter participado em muito mais cerimônias:
em Melbourne-56, ela foi representada pelo marido, duque de Edimburgo; em
Calgary-88, pela governadora-geral Jeanne Sauvé; e, em Sydney-2000, pelo
governador-geral William Deane. O fato de Elizabeth II não ter comparecido à
abertura dos Jogos da Commonwealth, ocorridos semanas atrás em Birmingham, a
apenas duas horas de trem de Londres, foi mais um sinal de que sua saúde já
estava debilitada.
Mas um recorde que ninguém jamais lhe poderá tirar é o título de entrada mais sensacional de um chefe de Estado ou governo em uma cerimônia olímpica. Sua participação ao lado de Daniel Craig, no papel de James Bond, foi um dos pontos altos de uma abertura que foi toda memorável, e certamente abriu caminho para que outros líderes mundiais não se levem tão a sério, como fez o premiê japonês Abe Shinzo quatro anos depois, ao encarnar o Super Mario no encerramento do Rio-2016.
A ideia deste segmento foi do diretor da cerimônia de
abertura, o cineasta Danny Boyle; no fim de 2011, Boyle falou do plano ao
presidente do comitê organizador dos Jogos de Londres, o ex-corredor e
medalhista olímpico Sebastian Coe, que por sua vez procurou o secretário
particular da rainha. Ele prometeu levar a ideia a Elizabeth, e pouco depois respondeu
afirmando que a rainha adoraria participar do filme – o que não surpreende,
dadas todas as histórias sobre seu senso de humor (se você ainda não achou na
internet a história do guarda-costas e dos turistas americanos que não a
reconheceram, procure). Os envolvidos, então, se esforçaram para manter segredo
total – até onde eu sei, o segmento não foi exibido nos ensaios da cerimônia de
abertura. O resultado todos vimos, com grande aprovação de público e crítica.
O maior atleta brasileiro da atualidade
Ninguém para Alison dos Santos. O medalhista de bronze em Tóquio e atual campeão mundial dos 400 metros com barreiras venceu a etapa final da Diamond League em Zurique, na Suíça, e levou de forma invicta o título de 2022 do principal circuito de competições de atletismo do mundo – ele só não venceu as etapas que não disputou, de Rabat (Marrocos) e Lausanne (Suíça).
Acho que não deve haver muita discussão sobre isso: o Piu é,
hoje, o maior atleta brasileiro, ao lado da nadadora de águas abertas Ana
Marcela Cunha, que este ano, no campeonato mundial de Budapeste (Hungria),
conseguiu o pentacampeonato dos 25 quilômetros e o bicampeonato dos 5
quilômetros, além do bronze nos 10 quilômetros. Mas que eles fiquem espertos
porque, felizmente, tem mais gente pedindo espaço e brilhando com a bandeira do
Brasil, como a tenista Bia Haddad Maia – os tropeços nas rodadas iniciais de
Wimbledon e do US Open não apagam a temporada sensacional que ela está tendo, e
que já a levou ao top 15 do ranking da WTA.