Programa olímpico

15 esportes que deveriam estar nos Jogos Olímpicos antes do breakdancing

Por
Marcio Antonio Campos
10/06/2022 12:00 - Atualizado: 04/10/2023 20:37
Partida de críquete entre as seleções do Paquistão (de uniforme verde) e da Austrália (de amarelo): esporte tem versões mais curtas que poderiam ser incorporadas ao programa olímpico.
Partida de críquete entre as seleções do Paquistão (de uniforme verde) e da Austrália (de amarelo): esporte tem versões mais curtas que poderiam ser incorporadas ao programa olímpico. | Foto: Rahar Dar/EFE/EPA

O boxe olímpico subiu no telhado. O torneio de Tóquio já havia sido organizado de forma emergencial por uma força-tarefa do COI, em vez da Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba), que estava suspensa devido a sérios problemas de governança e até mesmo suspeita de ligação com o crime organizado. O esporte está garantido em Paris, mas não em Los Angeles, e a confusão envolvendo a mais recente eleição para a presidência da Associação Internacional de Boxe (IBA, a nova roupagem da Aiba), em que Umar Kremlev foi reeleito por W.O., já que seus adversários foram desclassificados no tapetão, não deixou Thomas Bach nada feliz.

Por mais tradicional que seja o boxe (está nos Jogos Olímpicos desde 1904), se a entidade que regula o esporte não atende a critérios mínimos de governança decente, sem falar de todos os escândalos de roubalheira em Londres e no Rio, não há muito o que fazer. O mesmo vale para o levantamento de peso, que não está na lista prévia de 2028 porque o esporte parece incapaz de coibir o doping. Outra modalidade ainda pendente de confirmação é o pentatlo moderno, pelas razões que já analisamos aqui na coluna. E, graças aos deuses do Olimpo, o breakdancing também não está garantido, embora ele faça parte do programa de Paris.

Convenhamos, breakdancing nos
Jogos Olímpicos da Juventude tudo bem, mas no evento principal é forçar demais
a barra. Por isso, trago aqui a minha modesta proposta, com 15 esportes
melhores que breakdancing e que poderiam muito bem entrar no programa olímpico
– dez deles a sério, e outros cinco no melhor espírito da zoeira.

Críquete

Os times femininos de Paquistão (de verde) e Índias Ocidentais (de cor vinho) se enfrentam em Karachi, no Paquistão, em novembro de 2021. Foto: Shazaib Akber/EFE/EPA
Os times femininos de Paquistão (de verde) e Índias Ocidentais (de cor vinho) se enfrentam em Karachi, no Paquistão, em novembro de 2021. Foto: Shazaib Akber/EFE/EPA

Assim como o rugby entrou nos Jogos com o sevens, um formato mais curto que o rugby union, também o críquete, cujas partidas na versão tradicional podem durar vários dias, tem opções mais curtas, como o Twenty20. De quebra, aumentaria tremendamente o apelo dos Jogos Olímpicos em países como Índia e Paquistão. Só não sei como fariam pra desmembrar a seleção das Índias Ocidentais.

Xadrez

O norueguês Magnus Carlsen durante partida do match em que manteve o título mundial, contra o desafiante russo Ian Nepomniachtchi. Foto: Ali Haider/EFE/EPA
O norueguês Magnus Carlsen durante partida do match em que manteve o título mundial, contra o desafiante russo Ian Nepomniachtchi. Foto: Ali Haider/EFE/EPA

Antes que venham com chiadeira, xadrez é esporte, sim senhor. E tem o bônus de ser relativamente simples de organizar, sem precisar de instalações elaboradas, e permitir participantes de praticamente todos os países sem inchar demais o torneio.

Lacrosse

Partida de lacrosse entre Estados Unidos (de azul) e Polônia (de branco), em 2017. Foto: Jan Karwowski/EFE
Partida de lacrosse entre Estados Unidos (de azul) e Polônia (de branco), em 2017. Foto: Jan Karwowski/EFE

Que tal um esporte cuja origem remonta aos povos nativos da América do Norte? Além disso, ele já chegou a compor o programa olímpico no começo do século passado.

Petanque

O francês Lambert Crist lança uma bola no torneio "Mondial de Petanque" em Marselha, em 2008. Foto: Guillaume Horcajuelo/EFE
O francês Lambert Crist lança uma bola no torneio "Mondial de Petanque" em Marselha, em 2008. Foto: Guillaume Horcajuelo/EFE

Já temos bocha nos Jogos Paralímpicos, por que não incluir o petanque no programa olímpico? Eu sou especialmente favorável porque aumentaria muito a chance de meus amigos cambojanos conquistarem sua primeira medalha olímpica.

Boliche

Campeonato de boliche feminino no Iêmen, em setembro de 2021. Foto: Yahya Arhab/EFE
Campeonato de boliche feminino no Iêmen, em setembro de 2021. Foto: Yahya Arhab/EFE

A federação internacional do esporte já é reconhecida pelo COI, e o boliche já é disputado nos Jogos Pan-Americanos e nos Jogos Asiáticos.

Pádel ou squash

O argentino Agustín Tapia durante a final de um torneio de pádel em Madri, na Espanha. Foto: David Fernández/EFE
O argentino Agustín Tapia durante a final de um torneio de pádel em Madri, na Espanha. Foto: David Fernández/EFE

Por mim, qualquer um dos dois poderia entrar. O squash é mais tradicional e tem até reconhecimento do COI, mas o pádel está crescendo bastante e até o Vaticano poderia enviar um time.

Pelota basca

O esporte que já esteve nos programas de Paris-1900, Paris-1924, México-1968 e foi modalidade de demonstração em Barcelona-1992 bem que poderia ter um retorno triunfal. No Pan de Lima, em 2019, o Brasil conseguiu um bronze.

Sinuca

O inglês Ronnie O'Sullivan (aqui, em foto de 2005) é o atual líder do ranking mundial de sinuca e tem sete títulos mundiais no currículo, conquistados entre 2001 e 2022. Foto: John Gilles/EFE
O inglês Ronnie O'Sullivan (aqui, em foto de 2005) é o atual líder do ranking mundial de sinuca e tem sete títulos mundiais no currículo, conquistados entre 2001 e 2022. Foto: John Gilles/EFE

Levante a mão (e entregue a idade) quem já viu o Rui Chapéu no Show do Esporte da Bandeirantes, derrotando inclusive campeão mundial!

Patinação

Apresentação durante a Copa do Mundo de Patinação Artística sobre Rodas de 2022, na cidade italiana de Trieste. Foto:  Raniero Corbelletti/World Skate
Apresentação durante a Copa do Mundo de Patinação Artística sobre Rodas de 2022, na cidade italiana de Trieste. Foto: Raniero Corbelletti/World Skate

Aqui, a facilidade está no fato de a federação internacional já ser a mesma do skate, que estreou em Tóquio com bastante sucesso. Dá para escolher o tipo de patinação para incluir nos Jogos Olímpicos: de velocidade, artística, freestyle, com patins tradicionais ou inline...

Sepak takraw

Essa versão radical do futevôlei originária do Sudeste Asiático está se espalhando pelo mundo, e o Brasil também já tem seleção nacional.

E, agora, as sugestões para o caso de o COI querer realmente inovar:

Ultimate frisbee

Oficialmente, o nome do esporte é apenas “Ultimate”, porque “frisbee” é marca registrada.

Balão

Sim, balão, aquele de festa. Basicamente, a regra é não deixar o balão cair, e os atletas precisam jogá-lo sempre para cima. Já existe campeonato mundial, o Brasil foi o quarto colocado e até o presidente do Peru mandou os parabéns ao atleta que trouxe o caneco para o país.

https://www.youtube.com/watch?v=NCJzfyvCiLEhttps://twitter.com/PedroCastilloTe/status/1448833246821822473

Pedra-papel-tesoura

Diz a Wikipedia que pedra-papel-tesoura já serviu para resolver uma pequena disputa dentro de um julgamento nos Estados Unidos, e para decidir qual de duas casas de leilão venderia uma coleção de obras de arte. Já está na hora de decidir medalhas olímpicas também.

Cabo de guerra

A equipe Okia, dos Países Baixos, compete na categoria 580 kg durante o Torneio Internacional de Cabo de Guerra de Sins, na Suíça, em maio de 2022. Foto: Urs Flueller/EFE/EPA
A equipe Okia, dos Países Baixos, compete na categoria 580 kg durante o Torneio Internacional de Cabo de Guerra de Sins, na Suíça, em maio de 2022. Foto: Urs Flueller/EFE/EPA

Seria o retorno de um clássico, que esteve nos Jogos Olímpicos entre 1900 e 1920. Apesar de ter saído do programa, a Federação Internacional de Cabo de Guerra (TWIF) continua a ter o reconhecimento do COI.

Queimada

Para encerrar a lista, um esporte amplamente praticado nas escolas brasileiras (pelo menos no meu tempo) e que já tem seu épico cinematográfico, estrelado por Ben Stiller e Vince Vaughn. Só precisaríamos definir qual entidade o COI precisaria reconhecer, se a Federação Mundial de Dodgeball (WDBF) ou a Associação Mundial de Dodgeball (WDA).

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Marcio Antonio Campos é editor de Opinião da Gazeta do Povo. Coautor de "Bíblia e natureza: os dois livros de Deus – reflexões sobre ciência e fé", escreve no blog Tubo de Ensaio, na Gazeta do Povo; voluntário em duas edições dos ...

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