Opinião

Respeitem Pablo Felipe

Por
Monique Silva
31/03/2024 17:35 - Atualizado: 31/03/2024 19:37
Pablo.
Pablo. | Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

Circula no WhatsApp mais próximo um áudio impecável de Mauro Singer, um dos atleticanos ilustres e ícone da torcida do Furacão. O assunto é Pablo, atacante do Athletico. Durante 49 segundos de puro sabor, mergulhado em humor, lucidez e razão, ele mistura esporro, elogios, heroísmo, cutucada e palavrões.

“Um menino formado no CT do Caju, guri atleticano, de família atleticana. (…) É raiz, é daqui do Estado do Paraná, um herói, um gênio, um artilheiro de todos os tempos. (…) Sempre no sufoco é o homem que resolve”, um dos trechos que pode ser publicado.

Pablo Felipe Teixeira, paranaense de Cambé, pisou no CT do Caju em 2006. Tinha 14 anos, ainda um menino. Com sonhos e planos, passou por todas as categorias de base do clube até chegar ao profissional. Exemplo de versatilidade, teve origem como volante e só não foi goleiro.

Levantou títulos, participou diretamente de conquistas importantes, cativou uma legião de fãs que hoje entoam alto o “Siiiiuuu” em suas comemorações e hoje figura na primeira prateleira de ídolos do Athletico. Referência e um dos capitães do elenco, Pablo é sinônimo de liderança, respeito à torcida e personificação do atleticanismo.

Você, torcedor, já deve ter ouvido por aí: “Pablo é muito Athletico”. Realmente. Caminha agora, no seu 18° ano dedicado ao Athletico. Atualmente, são 280 partidas pelo clube e 67 gols marcados. Já está no Top-10 de maiores artilheiros da história do Furacão. Não é pra qualquer um.

Entre idas e vindas, fotos com Cristiano Ronaldo, um período em terras catarinenses e até no Japão, Pablo ainda passou pelo momento mais difícil, quando o pai teve um grave problema de saúde e lutou pela vida.

Deu uma pausa do Furacão em 2018, logo após ter feito a sua melhor temporada até hoje da carreira. E depois de três anos no São Paulo, onde chegou a ser um dos maiores investimentos da história do clube, decidiu voltar pra casa. Na época, abriu mão de um ano de contrato que tinha no Morumbi, além de salários pendentes, e assinou uma rescisão amigável. O coração falou mais alto. Naquele fevereiro de 2022, voltou a frequentar o CT que conhece até de olhos fechados. Em dezembro renovou contrato até 2025.

No final de 2019, falei com Pablo para uma matéria especial relembrando o título da Sul-Americana do ano anterior. Ele falou pela primeira vez, na época, sobre quase ter ficado fora das duas finais contra o Junior Barranquila. Superou tudo e jogou no sacrifício, no limite total. Terminou artilheiro e o resto todo mundo sabe. Lembro que me surpreendi com as declarações dele. Primeiro por achar que ele não iria dar a entrevista, porque já era jogador do São Paulo. E, segundo, pela forma como abriu seu coração.

Fernandinho definiu após o jogo de sábado, após (mais um) o golaço contra o Maringá: “Ele resolve”. Fernandinho está correto. Pablo resolve e resolve. Unanimidade no Athletico ou não, Pablo merece respeito. Um jogador forjado no CT do Caju e com DNA atleticano merece desfrutar desse centenário.

Pablo Felipe, o filho do seu Cícero e de dona Cida, o marido da Isabella, o pai dos pequenos Enrico e Maitê.

Em outubro de 2021, nesse mesmo espaço, escrevi que a torcida precisava desfrutar de Nikão. Hoje, 29 meses depois, eu cravo: respeitem Pablo Felipe.

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Natural de Curitiba, é formada em Jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e pós-graduada em Comunicação Esportiva pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Tem foco de reportagem no dia a dia de Athleti...

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