Análise

Internacional de Ramírez supera “Abelismo”, mostra força e Rodinei vira destaque

Por
Mauro Cezar Pereira
09/05/2021 12:50 - Atualizado: 29/09/2023 16:47
Miguel Ángel Ramírez no comando do Inter.
Miguel Ángel Ramírez no comando do Inter. | Foto: Ricardo Duarte/Internacional

O Internacional fez um investimento importante na virada de 2019 para 2020: foi buscar no Racing o treinador campeão argentino, Eduardo Coudet. O objetivo, montar um time mais competitivo, acreditando que apenas no exterior seria possível achar um profissional capaz de fazer as mudanças necessárias, que não seriam poucas.

Mas o técnico bateu asas e foi para a Espanha quando o Celta de Vigo para ele acenou. Deixou o clube gaúcho que, sem muitas opções, pediu ajuda a um velho conhecido, Abel Braga. O histórico treinador colorado assumiu o time no meio do campeonato brasileiro depois de trabalhos fracos em seus clubes mais recentes. E surpreendeu.

Com ele, o Inter mudou radicalmente a maneira de jogar, mas após um começo claudicante, reagiu, engatou série de nove vitórias seguidas, goleou o então líder São Paulo, no Morumbi, agarrou a primeira colocação e fincou sua bandeira no grupo dos candidatos ao título que o clube não conquista há quase 42 anos. Surpreendente.

Mas a conquista não se concretizou, uma das razões, a forma de jogar, quase que dependente de sair na frente no placar, limitada quando diante de quem se fecha e nega os espaços de que tanto precisava. Na prática, não foi o bastante e o conto de fadas do Abelismo não teve final feliz após a derrota para o Sport e o 0 a 0 com o Corinthians, ambos no Beira-Rio.

Novo presidente colorado, Alessandro Barcellos manteve o planejamento, apesar do feito de Abel Braga, e contratou mesmo Miguel Ángel Ramírez. E a Porto Alegre chegou o espanhol de apenas 36 anos que fez o Independiente Del Valle ganhar a Copa Sul-Americana, golear o Flamengo (5 a 0) em 2020 e entrar no cenário do futebol do continente.

Depois de apenas 52 dias de trabalho, ele sofreu pesadas críticas no Rio Grande do Sul por causa de algumas atuações não muito boas e, principalmente, devido à derrota para o modesto time boliviano do Always Ready, na altitude de La Paz. Mas evidentemente era cedo, e ainda é, para conclusões definitivas a respeito, no entanto…

Depois daquele resultado o Internacional fez dez gols em dois jogos de Libertadores em casa, nos 4 a 0 sobre o Deportivo Táchira, da Venezuela, e nos 6 a 1 sobre o tradicional Olimpia, do Paraguai. E jogando um futebol de chamar a atenção. Repetiu a dose neste sábado, nos 4 a 1 sobre o Juventude, garantindo presença na final gaúcha.

Time ofensivo capaz de jogar com a bola e na velocidade, como no primeiro gol sobre o time de Caxias do Sul neste sábado. Fazendo Thiago Galhardo render tanto ou mais do que com Coudet e (acredite!) até Rodinei tem jogado bem, dado assistências (já são sete em dez jogos) e feito gols (2). Apesar da resistência de alguns, a evolução do Inter parece mostrar que o caminho é esse.

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