Análise

Até o Flamengo aperta o cinto, futebol vai parando e muitos clubes deverão ir à UTI

Por
Mauro Cezar Pereira
21/03/2021 21:38 - Atualizado: 29/09/2023 16:47
Até o Flamengo aperta o cinto, futebol vai parando e muitos clubes deverão ir à UTI
| Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

A pandemia do novo coronavírus impôs a clubes de futebol do mundo inteiro dificuldades gigantescas. Sem bilheteria, as receitas despencam assustadoramente. Imagine o quanto de dinheiro que os times mais ricos do planeta veem voar para longe com a ausência forçada dos torcedores.

Um peso pesado da Premier League como o Arsenal, que pratica os preços mais salgados da liga mais rica do planeta, chega a faturar 100 milhões de libras (cerca de R$ 760 milhões) por temporada no seu Emirates Stadium. Isso quando pode vender ingressos e produtos em dias de bola rolando.

O season ticket, ou seja, pacote de ingressos para todos os jogos do campeonato em casa, saía até por mais de 2 mil libras (R$ 15,2 mil) para torcedores Gunners. Eram mais de 60 mil pessoas no estádio a cada partida do time londrino. Um prejuízo imenso levou à óbvia necessidade de readequação financeira.

Em 2019, o Flamengo, campeão brasileiro e da Libertadores naquele ano, também ultrapassou os 100 milhões de faturamento em suas partidas no Maracanã, só que de reais, claro. Uma marca importante, um dinheiro que desde março do ano passado, com a pandemia, simplesmente desapareceu.

Nesta semana o clube carioca, que no ano retrasado faturou, no geral, quase R$ 1 bilhão, desistiu de repatriar Rafinha. O motivo? Grana. O orçamento está mais apertado, evidentemente, e para não sair dos trilhos em suas finanças os rubro-negros acharam melhor não recontratar o lateral-direito.

A paralisação dos campeonatos devido ao agravamento da situação no país, com hospitais lotados e número crescente de mortos devido à pandemia, levará, provavelmente, muitos clubes à UTI em suas finanças. Sem jogar, além de não terem bilheteria, eles ficam sem a desejada verba da TV.

Em 2020 a Globo chegou a adiar os pagamentos de cotas pelas transmissões dos jogos dos Estaduais quando esses campeonatos foram paralisados. A repetição de tal quadro encontra os clubes ainda mais afetados em suas finanças pela crise mundial que já fez até aniversário.

Não deverão ser poucos os que, em breve, irão a público por intermédio de seus dirigentes informando que não terão condições para honrar compromissos. Quando o clube de maior torcida do país, que faturou tanto antes da pandemia, recua de tal forma, podemos imaginar o que acontecerá com outros tantos.

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