Clubes voltam e Flamengo testa novo técnico. Curiosidades e dúvidas
Grêmio x Bahia, Athletico x Flamengo, Palmeiras x Internacional na noite de quarta-feira, Cruzeiro x Atlético na quinta. O futebol dos clubes brasileiros estará de volta neste meio de semana com os duelos pela Copa do Brasil em suas quartas-de-final.
TABELA: veja o chaveamento completo do mata-mata da Copa do Brasil
Foram mais de três semanas de interrupção nos jogos dos times daqui para a disputa da Copa América, período bom o bastante para que treinadores corrijam e aprimorem suas equipes. Poucos deverão apresentar boas novidades na reaparição em campo.
A expectativa não é das maiores, reflexo da limitação da maioria dos técnicos em atividade no país, exceto pela novidade Jorge Jesus, chegando de Portugal para o Flamengo, que desperta curiosidade e dúvidas. Especialmente porque ele não terá o tempo ideal.
Quando a bola bola a rolar, serão necessárias duas a três semanas para que tenhamos uma ideia sobre quem foi capaz de melhorar seu time, ou não. Ótimo momento para analisar a capacidade dos treinadores, entendendo as possibilidades de cada um com seus elencos.
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Antes mesmo do jogo no Maracanã, era óbvio afirmar que o Brasil tinha imenso favoritismo. O Peru fez campanha risível na Copa América até a ótima vitória sobre o Chile. Só havia marcado gol sobre o pior time do certame, a Bolívia, ainda na primeira fase.
Os peruanos passaram pelo Uruguai sem chutar na direção certa em 90 minutos de peleja. Guerrero foi enaltecido, mas fora o duelo contra os chilenos, a campanha dos peruanos, incluindo seu principal jogador, era fraca. Já haviam ido mais longe do que o imaginado.
>> Confira a premiação do Brasil pelo título da Copa América 2019
O Peru não se acovardou nos primeiros movimentos. Se na partida em Itaquera, quando perdeu por 5 a 0, começou agredindo o Brasil, a equipe de Ricardo Gareca pressionou os brasileiros em seu campo no início da decisão no Maracanã. Arrojado o time andino.
E tomou logo o primeiro gol, marcado por Everton Cebolinha em passe de Gabriel Jesus passando facilmente por Trauco, cuja fragilidade defensiva o Maracanã já cansou de ver. Ele joga pelo Flamengo, afinal.
A seleção brasileira foi convocada para a Copa América sem a mais vaga preocupação com o futuro. Renovação? Isso fica para depois.
Foi mais ou menos essa a mensagem que Tite enviou a todos ao relacionar 14 atletas que menos de um ano antes estiveram na Rússia.
Foram mantidos os três goleiros que foram ao Mundial: Alisson, Ederson e Cássio. Na defesa, as novidades ficaram por conta de Éder Militão e Alex Sandro, este na na vaga de Marcelo, algo impossível de entender, dada a abissal diferença técnica entre os dois.
Novamente lembrados: Thiago Silva, Marquinhos, Miranda, Fágner e Filipe Luis. Danilo saiu para a convocação de Daniel Alves, mas o veterano de 36 anos só não jogou a Copa por causa de uma lesão. Caso reunisse condições físicas, viajaria para a Rússia com os demais.
No meio-campo houve a manutenção de Casemiro, Fernandinho e Philippe Coutinho e as novidades, que foram Allan, Arthur e Lucas Paquetá. Fred, Paulinho, Renato Augusto e Willian sobraram, mas quando Neymar se machucou, este último foi lembrado.
No ataque, inicialmente o camisa 10 e principal jogador, Gabriel Jesus e Roberto Firmino foram novamente chamados. Saíram Douglas Costa e Taison. Foi a vez de Everton Cebolinha, Davis Neres e Richarlison. Oito jogadores de pelo menos 30 anos, seis deles na defesa, além de um volante.
O objetivo de Tite era, independentemente da qualidade do jogo apresentado, erguer o troféu e, campeão, ganhar fôlego para seguir no cargo, a caminho da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Dias antes da final, surgiu a notícia de que o técnico estaria insatisfeito.
Pode estar, por questões internas, devido à mudança no comando, com o amigo e diretor Edu Gaspar indo para trabalhar na Inglaterra (será dirigente do Arsenal, onde atuou como jogador), ou qualquer outra razão. Mas com a taça ele deverá ter mais paz, se quiser seguir.
Tite tem uma missão agora: renovar a seleção e apresentar a si mesmo um desafio, fazer seu time jogar mais futebol, desejar mais o gol, vencer adversários como o Peru com maior autoridade e facilidade. Ambição e bola bem jogada. O futebol brasileiro precisa disso.
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Queriam mais de Lionel Messi. Que ele fosse (no comportamento e liderança) como Diego Armando Maradona. Nunca será. El Diez é único! Mas o herdeiro da camisa de “D10S” encarnou na Copinha América um pouco de Diego.
É inegável que Messi assumiu postura de líder como nunca na albiceleste. Mudou de comportamento e protestou como nunca. Acusou a Conmebol, e aí pode ser cobrado a provar o que afirmou, mas não se omitiu, não se escondeu.
Não conquistou o troféu, ainda, mas ampliou, muito, o respeito dos argentinos por ele. E de torcedores espalhados pelo mundo. Vejamos se essa nova faceta do craque irá perdurar. Será interessante acompanhar os jogos de um Messi mais questionador, vibrante, ávido pela vitória, mais humano.