Flamengo e Coritiba demitem funcionários. Rubro-negros ainda poupam os jogadores
O Flamengo está demitindo 62 funcionários na véspera do Dia do Trabalhador. Golpe duro nesses profissionais que, em meio à pandemia de coronavírus, que ameaça chegar ao seu pior momento no Brasil, dificilmente conseguirão outro emprego tão cedo.
Já o Coritiba reduziu salários e mandou empregados embora. Evidentemente esses também deverão enfrentar imensas dificuldades para conseguir recolocação nesse momento de crise mundial pela doença que se espalha. Uma situação angustiante.
Em um primeiro momento, os dois clubes não cortaram parte dos salários dos jogadores de seus times profissionais de futebol, logicamente mais bem remunerados do que esse pessoal dispensado. Em seguida o Coxa reduziu em 25% e os flamenguistas planejam tal medida.
Chama atenção o fato de terem se adiantado nas demissões dos funcionários, dos que ganham menos, do lado mais fraco, sem inicialmente bulir minimamente nos vencimentos dos que ganham mais, bem mais. No caso do clube carioca então, as diferenças são absurdas.
E por citar as diferenças, elas logicamente existem entre Coritiba e Flamengo. O líder do interrompido Campeonato Paranaense está há quase 60 dias sem faturar, afinal, não joga, consequentemente não vende ingressos. E convive com cancelamentos de sócios.
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Os rubro-negros também encaram as desistências de associados que cortam despesas de seus orçamentos e sentem-se desobrigados a seguir contribuindo quando não há partidas e, consequentemente, não vão ao estádio. Um cenário padrão, praticamente.
Contudo, se o Coxa está voltando à Série A depois de dois anos na Segunda Divisão, o Flamengo é campeão brasileiro, da Libertadores e faturou perto de R$ 950 milhões em 2019. O time curitibano sequer tem acordo com TV aberta e pay-per-view ainda para o Brasileirão.
As despesas rubro-negras são maiores, mas o que entrou no caixa nos últimos tempos também. E há receitas a receber da Adidas, que atrasou, e a venda do meia-atacante Reinier ao Real Madrid (custou 35 milhões de euros). Uma realidade diferente das de quase todos os clubes do país.
O cinto do Coritiba está mais apertado, óbvio. Mais ainda ficarão os dos demitidos por conta da crise de coronavírus. Um cenário previsível quando do início da pandemia, mas com alguns desfechos no mínimo discutíveis. Nisso clubes de futebol se parecem com empresas.