Domínio brasileiro na Libertadores também reflete a crise econômica da pandemia
Palmeiras na terça-feira, Flamengo e Atlético Mineiro na quarta. Três brasileiros já estão na semifinal da Copa Libertadores, justamente o trio que mais investe, cada um à sua maneira, vale ressaltar. E a eles poderá se juntar o Fluminense, caso vença o Barcelona, em Guayaquil, na noite desta quinta-feira.
Esse domínio inédito não é reflexo apenas do futebol apresentado, mas também uma consequência da pandemia do novo coronavírus. A crise econômica mundial causada pela Covid-19 afeta as nações de diferentes formas, e isso acontece na América do Sul de maneira evidente. E entra em campo.
Matéria publicada em junho na Gazeta do Povo projeta que a Argentina, dos gigantes eliminados pelo Galo (Boca Juniors e River Plate) "pode levar mais de seis anos e meio para recuperar os níveis econômicos pré-pandemia". São estimativas da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Confira a tabela da Libertadores
Isso significa que entre os países do G20, a Argentina é o que mais tempo levará para recuperar seu PIB per capita. O Brasil, por exemplo, deverá levar dois anos e meio. O texto acrescenta que "a nação vizinha ainda está longe de recuperar a queda de 9,9% do PIB registrada em 2020, após um longo período de confinamento e restrições por causa da pandemia – 'a maior quarentena do mundo'".
Na derrota para o Atlético, em Belo Horizonte, o River Plate deixou clara suas fragilidades. Consequência da saída de jogadores importantes, como seu principal meia, Nacho Fernández, contratado justamente pelo Galo, que com ele não pôde contar desta vez devido à expulsão da semana passada em Buenos Aires.
Dois gols nos 3 a 0 foram assinalados por Matías Zaracho, jovem revelação do Racing Club, eliminado na fase anterior pelo São Paulo com um time muito desfigurado em comparação com aquele que, em dezembro passado, despachou o Flamengo na Libertadores 2020.
Ele e Nacho, juntos, custaram cerca de US$ 13 milhões que oxigenam minimamente os combalidos cofres dos dois grandes clubes argentinos. Foram vendas mais do que necessárias, não opcionais.
Como a quarentena na Argentina foi mais longa e severa em relação às de países como o Brasil, o futebol por lá ficou mais tempo parado, o que significou agremiações sem jogos na TV, que já geravam receita por aqui, mesmo em meio à pandemia. Os hermanos não têm condições de enfrentar os mais fortes times brasileiros hoje. E deverão demorar a conseguir. A hegemonia brasileira na maior competição do continente deverá durar.