Brasil finalmente brilha, mas adversário, fragilizado, levou “7 a 1” na semana
O (baixo) nível do futebol apresentado pela seleção brasileira na Copa América foi evidente. Como nos dois primeiros jogos dessa série de três compromissos durante as Datas Fifa de outubro. Até os 4 a 1 sobre o Uruguai, em Manaus, nesta quinta-feira.
Foi uma ótima partida dos comandados por Tite. Mais móvel e explorando melhor o potencial de seus jogadores, o Brasil envolveu o oponente e em 18 minutos já vencia por 2 a 0. O time visitante sequer havia finalizado até aquele momento.
Neymar se destacou, entre outras razões, por ter sido mais objetivo, sem aqueles dribles inúteis longe do gol que não vão além de mero artifício para provocar adversários. O camisa 10 estava mais empenhado em jogar e fazer jogar, como não tem sido muito comum.
Assim, os demais cresceram, como Lucas Paquetá e, principalmente, Raphinha. O atacante do Leeds United que vem se destacando na Premier League, tem carreira profissional europeia: início em Portugal (Vitória de Guimarães e Sporting) e amadurecimento na França (Rennes) e Inglaterra.
Objetividade e dribles fizeram dele um destaque do jogo, com dois gols e ótima parceria com Neymar, que assinalou o primeiro tento em primoroso passe de Fred. E o nível do futebol que os brasileiros apresentaram reforçou as pertinentes críticas após os jogos anteriores.
A atual geração pode não ser uma das melhores da história, mas é boa o bastante para mostrar mais do que o futebol paupérrimo das apresentações anteriores e da Copa América. Mas não podemos ignorar algo importante mostrado pelo campo: que horror o atual Uruguai, mesmo com bons nomes.
O técnico Óscar Tabárez é uma lenda do futebol sul-americano, mas está muito claro: ele não mais consegue transformar em uma equipe realmente competitiva o seu grupo de atletas. Que é de boa qualidade técnica, mesmo com alguns jogadores veteranos.
E a seleção brasileira não pode ignorar isso na sua auto-avaliação. O rival do time de Tite levou de 3 a 0 da Argentina na rodada anterior. Com os 4 a 1 dos brasileiros, perdeu de 7 a 1 em quatro dias. Vencer um adversário assim merece celebração moderada. E realista.