Banho de bola do River sobre o Palmeiras mostra que técnico bom sim, merece tempo
A máxima de boa parte dos teóricos envolvidos com o futebol é de que técnicos precisam de tempo. Sim, eles necessitam dele, como qualquer profissional que tente construir algo. A questão é outra: quais treinadores merecem realmente tanta paciência?
Obviamente nem todos. E os sinais costumam ser apresentados quando, em determinado momento, não se nota qualquer evolução, a equipe fica estagnada, sem progressos. E os jogadores costumam notar que aquilo ali não vai dar em nada mesmo.
Na terça-feira, quando venceu o Palmeiras em pleno Allianz Parque por 2 a 0, e não dobrou o placar por detalhes capturados pela arbitragem de vídeo, Marcelo Gallardo deixou claro porque o River Plate sempre lhe dá chances. Mesmo quando perde.
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O jovem (44 anos) treinador argentino tem carta branca no clube pelo qual coleciona taças, mesmo com os fracassos recentes. Perdeu a Libertadores passada para o Flamengo, o campeonato nacional para o rival, Boca Juniors, e caiu diante dos palmeirenses.
Mesmo assim, ninguém em sã consciência no clube de Buenos Aires cogita a possibilidade de demitir Muñeco, como é conhecido. Gallardo tem plenos poderes no River, clube que defendeu como atleta e com o qual tem conexão visceral. E é muito bom no que faz.
"O Gallardo é melhor treinador do que eu", admitiu depois do banho de bola que sua equipe tomou, o técnico Abel Ferreira, do Palmeiras. Alguém dirá que, se é assim, porque o português o eliminou? No futebol nem tudo se explica do ponto de vista lógico.
Dos quatro semifinalistas, ninguém jogou mais do que o Santos
Dos quatro semifinalistas da Libertadores, ninguém jogou mais do que o Santos, melhor do que o Boca na Bombonera e amplamente superior na Vila Belmiro, onde fez 3 a 0. O Palmeiras foi estrategicamente perfeito contra o River Plate fora de casa, mas a atuação na volta foi medonha.
Favorito na final do dia 30, no Maracanã? Em jogo único entre duas equipes que se conhecem bem, não é possível ver assim. Os alviverdes têm mais elenco, os santistas mais time, conjunto. Mas os comandados de Cuca chegam à decisão emocionalmente muito fortalecidos.