Análise

A amarelada do vôlei em Tóquio e o adeus de Messi, que escancara a crise do Barcelona

Por
Mauro Cezar Pereira
05/08/2021 21:11 - Atualizado: 04/10/2023 17:38
Bruninho.
Bruninho. | Foto: Wander Roberto/COB

O placar mostrava Brasil 20 x 12 Comitê Olímpico Russo - a hipócrita solução criada para fingirem que a Rússia, banida após grande escândalo de doping, não disputa os Jogos de Tóquio. No canal Sportv, o narrador Luiz Carlos Júnior chegou a revelar sua torcida por um placar final de 25 a 15, como forma de pressão sobre os adversários, afinal, seria uma derrota acachapante no terceiro set e o time faria 2 a 1 no jogo.

O escore apertou e chegou a ficar em 23 a 19, ou seja, os comandados de Renan estavam a dois pontinhos de fechar, abrir vantagem na partida e entrar no quarto set em condições de assegurar presença na quinta final olímpica consecutiva do vôlei masculino brazuca. Mas os jogadores de vermelho reagiram. Enquanto o Brasil fez mais quatro pontos, os russos somaram nada menos que 14, encerrando a parcial em 26 a 24.

Uma amarelada capaz de ofuscar o uniforme brasileiro, de tão reluzente. Vitória histórica da Rússia, aliás, do "Comitê Olímpico Russo", que fechou a peleja impondo 25 a 23 no quarto e derradeiro set, novamente saindo em desvantagem e virando o placar. Vexame não menos portentoso do Brasil, mega-campeão da modalidade, mas que no Japão, desta vez, fraquejou de maneira constrangedora, embora pela repercussão imediata nem pareça.

Os comentários dos especialistas após a derrota brasileira eram pautados por palavras de incentivo na luta pela medalha de bronze (o adversário será a Argentina, batida pela França na outra semifinal). Explicações compreensivas e tolerantes com um fracasso imenso para um grupo vencedor. Se faltam condições adequadas a muitos atletas olímpicos, essa carência não se aplica ao vôlei. Foi uma derrota tão feia quanto indisfarçável. Apesar dos esforços típicos de uma cobertura olímpica pachequista.

Messi e a crise financeira do Barça

Messi. Foto: EFE/Alejandro García
Messi. Foto: EFE/Alejandro García

Em junho, o Barcelona admitiu que sua dívida girava em torno de € 1.044 bilhão, hoje quase R$ 6,5 bilhões. Com um problema financeiro dessa magnitude, como investir no time de futebol, essência do clube que representa a Catalunha? Com pouco dinheiro, sem um elenco poderoso, era possível manter o melhor jogador do mundo? Não! Assim, sem acordo, Messi deixa a casa que foi sua desde a pré-adolescência.

O futuro do craque é o que todos querem saber. Mas o do Barça, pelo menos no curto prazo, parece desenhado: entrar em campo sem o gênio que literalmente carregou a equipe nas últimas temporadas e tentar a reconstrução com os bons jogadores que ainda possui, alguns recém-contratados, em geral sem custos de multa rescisória. Não deverá ser algo simples sem a referência técnica que desaparecerá.

Foram nada menos que 672 gols em 778 jogos (0,86 de média, fora assistências), quatro troféus da Liga dos Campeões e 10 do Campeonato Espanhol, entre outros. Ao perder o camisa 10, o Barcelona ficará com um vazio. Como seus cofres! Reflexo de más gestões. Nisso, o gigante catalão até parece um pouco com grandes clubes brasileiros. Ainda mais sem Messi.

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