Análise

Alemanha e Inglaterra sofrem com os antivacina e o vírus volta forte ao futebol

Por
Mauro Cezar Pereira
09/12/2021 17:09 - Atualizado: 04/10/2023 17:09
Alemanha e Inglaterra sofrem com os antivacina e o vírus volta forte ao futebol
| Foto: EFE

Há três meses o Reino Unido tinha 64% de sua população totalmente vacinada contra a COVID-19 e o Brasil 33%. Parcialmente imunizados, com uma dose apenas, lá eram 6,7% e aqui também 33%. Ou seja, um terço dos habitantes do território brasileiro não havia recebido qualquer vacina contra o novo coronavírus, enquanto entre os súditos da Rainha esses eram 29%.

A quarta-feira, dia 8 de dezembro, apresentava o Brasil com 77% de sua população pelo menos parcialmente vacinada, avançando 11 pontos percentuais em 90 dias, enquanto ingleses, escoceses, galeses e norte-irlandeses cresceram de 71% para 75%. Entre os totalmente imunizados, com duas doses ou a única, dependendo do laboratório, o Reino Unido, com 75%, já foi ultrapassado pelo Brasil, já em 77%.

Na Alemanha o cenário é pior, com 72% do povo ao menos parcialmente imunizados, 69% totalmente e 3% parcialmente. Três meses antes os alemães totalmente vacinados eram 61%, com 44% tendo recebido a proteção ainda parcialmente, 34% não tinham recebido nada. Isso significa que no momento 28% da população alemã não foi minimamente vacinada, no Reino Unido 25% e no Brasil 23%.

Apesar da existência dos antivacina por aqui, capitaneados pelo próprio presidente da República, a tradição brasileira é grande nesse terreno. O país possui milhares de postos espalhados por seu território e o povo está acostumado a levar até bebês a eles para protegê-los, a ponto de doenças serem erradicadas, como a poliomielite. Isso pesou a favor quando as vacinas chegaram, apesar do absurdo atraso.

A vacina demorou mais do que deveria, mas chegou ao Brasil e aqui ela é adotada. Na Alemanha e na Inglaterra a resistência é absurda, apesar dos números que mostram mais de 90% dos casos de COVID-19 entre não imunizados. E isso chega ao futebol. Dois jogadores do Bayern Munique que a recusaram não podem jogar devido às consequências da mesma: Kimmich (foto acima) e Choupo Moting.

O primeiro, um dos mais importantes do time bávaro, enfrenta complicações pulmonares. Ele não atuará mais em 2021. Como vários jogadores do Tottenham não puderam encarar o Rennes, pela Conference League, devido a um surto entre atletas e funcionários, o que fez a Uefa adiar a partida.
Na entrevista coletiva, o treinador Antonio Conte não revelou esses empregados do clube e jogadores estão vacinados.

Lamentável, pois essa informação é fundamental. Afinal, quantos teimosos estão entre os infectados? São oito jogadores e cinco membros da equipe que testaram positivo para coronavírus. O centro de treinamento foi fechado. Mas na Inglaterra as pessoas que vão aos jogos não precisam apresentar comprovante de vacinação ou teste negativo. Agora o primeiro ministro Boris Johnson começa a pensar em medidas óbvias.

O futebol deu exemplo, disseram muitos, quando parou imediatamente no começo da pandemia. E faz o inverso por intermédio de quem se recusa a ser imunizado, espalha o vírus, desfalca seus times, gera adiamento de partidas e mantém a ameaça da COVID-19 mais forte do que deveria estar nesse momento. Gol contra é pouco para esses caras.

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