Visionário, Athletico montou time de Série B antes mesmo de cair?
Ao assistir mais uma derrota do Athletico no Brasileirão – desta vez para o São Paulo, no Morumbi – me dei conta de três situações. Vamos à primeira.
- A imprevisibilidade do futebol, mesmo em duelos entre times de níveis muito diferentes, sempre pode vir à tona
Depois de tomar o gol de Luciano, pensei que a equipe comandada por Lucho González partiria desorganizadamente ao ataque e, consequentemente, levaria uma goleada.
Não foi assim que o duelo transcorreu. Mesmo inferior, os visitantes encontraram o empate em um escanteio cobrado por Zapelli e escorado por Julimar. Aliás, quem diria que Julimar se tornaria o principal atacante do time no ano do centenário? Simbólico.
Segundo ponto:
- Mesmo com a igualdade no placar, em nenhum momento era possível acreditar que o Rubro-Negro somaria ponto diante do sexto colocado
Por isso mesmo, o gol de André Silva, aos 44 minutos do segundo tempo, não me surpreendeu. Estava na cara que iria acontecer. Imagino que o torcedor atleticano também já esteja vacinado contra esse tipo de coisa. É déjà-vu atrás de déjà-vu.
Mas a última observação considero a mais importante.
- Quem joga para, no máximo, empatar, não merece vencer – e o Athletico não quer vencer deste que Lucho assumiu a ingrata tarefa de escapar da queda
O camisa 3 argentino foi um jogador de carreira acima da média. No Furacão, mesmo veterano, fez a diferença em grupos vitoriosos, especialmente com seu alto nível de competição. Levantou taças, virou ídolo.
Como treinador, não o culpo. Culpo quem o colocou nessa saia justa. Quem não contratou reforços quando poderia. Quem montou esse elenco desequilibrado e muito aquém da história atleticana.
O Athletico teve 22% de posse de bola nesse sábado, o menor índice da história do clube dentro dos registros do site de estatísticas Sofascore. Ou seja, abre mão de atacar, dá a bola para o adversário, e depois ainda lamenta o resultado.
A única vitória do Athletico de Auturi/Lucho aconteceu em um contexto totalmente bizarro, com expulsão a 3 segundos de jogo, contra o Cruzeiro.
Para evitar o rebaixamento, é preciso vencer jogos. Restam seis. Os próximos dois, Atlético-MG e Atlético-GO, na Ligga Arena, vão definir se o Athletico foi tão visionário a ponto de montar um time de Série B antes mesmo de cair.