Entrevista

Novata no UFC, Nicolle Caliari enfrentou depressão e quase desistiu do MMA

Por
Paola Zanon
15/10/2024 16:08 - Atualizado: 15/10/2024 16:08
Nicolle Caliari conseguiu um contrato com o UFC. Foto: Reprodução/Instagram
Nicolle Caliari conseguiu um contrato com o UFC. Foto: Reprodução/Instagram

Contratada pelo UFC após vencer uma luta no Dana White Contender Series em setembro, Nicolle Caliari quase desistiu de sua carreira no MMA.

A paranaense começou a fazer aulas de luta em Curitiba aos nove anos de idade, quando seu pai a matriculou em uma academia de karatê para que ela aprendesse defesa pessoal e elevasse sua autoestima.

No começo, Nicolle não gostava e até cabulava aulas, mas ao perceber que tinha talento após algumas vitórias em campeonatos, acabou pegando gosto e migrando para o muay thai e jiu-jítsu, na intenção de treinar com mais contato físico.

Foi justamente essa mudança que a levou para o mundo do MMA, onde ela fez sua estreia profissional em 2015, quando derrotou Morgana Silva por nocaute no Imortal FC. Seu cartel, inclusive, só tem vitórias por nocaute ou finalização.

Apesar disso, foi um longo caminho até conseguir uma chance no Contender Series. Em 2021, Caliari até pensou em desistir de sua carreira no MMA e passou dois anos sem lutar.

"Eu tinha desistido de lutar, não estava fluindo mais. O esporte é injusto, você trabalha muito para um retorno muito pequeno, eu nunca tinha recebido um valor alto para lutar e pensei que não teria futuro", contou ela, em entrevista ao UmDois Esportes.

Em 2023, no entanto, seu atual treinador fez um plano de carreira para ela e a convenceu a se mudar de Curitiba para Florianópolis para treinar na Thai Brasil, mesma equipe de Marina Rodriguez, veterana no UFC.

A mudança de Curitiba para Florianópolis

Assim que entrou para a Thai Brasil, o novo treinador apontou todos os pontos que Nicolle precisaria melhorar e quantas lutas seriam necessárias para tentar uma vaga no UFC dentro do período de um ano.

"As lutas precisavam ser expressivas, eu precisava vencer por nocaute ou finalização, ser agressiva. Foi difícil, tive alguns episódios de depressão porque fiquei longe da minha família, me sentia sozinha", revelou ela.

Apesar do sentimento de solidão, Nicolle seguiu o plano à risca e conseguiu duas lutas no Fight Music Show, que lhe daria uma maior visibilidade dentro do MMA. Nas duas oportunidades, ela conseguiu vitória por finalização no segundo round.

"Não precisei nem de três lutas e não deu outra, me chamaram para o Contender Series. Deu certo, foi o destino!", comemorou a atleta.

O convite chegou com três meses de antecedência ao dia da luta, dando tempo suficiente para que Nicolle se preparasse.

"Eu treinei de domingo a domingo, duas ou três vezes por dia. Treinei o chão com meninas muito duras, foi muito intenso. Fiz um trabalho psicológico bom, mas mesmo assim fiquei nervosa. Era a oportunidade da minha vida, foi a vida toda esperando por isso", admitiu.

Nicolle conseguiu driblar o nervosismo e derrotou Corinne Laframboise por finalização no final do primeiro round, com uma chave de braço, impressionando Dana White e conseguindo o tão sonhado contrato com o UFC.

Nicolle Caliari se prepara para estreia no UFC

Agora com o contrato em mãos, Nicolle está ansiosa para fazer sua estreia no UFC e espera que isso aconteça ainda na temporada de 2024 —a organização ainda precisa completar os cards dos quatro últimos eventos do ano.

"Quero estrear melhor do que eu lutei no Contender. Eu lutei bem, mas poderia ter dado um pouco mais. Quero mostrar meu potencial na estreia. Como não me machuquei, por mim eu já lutaria em novembro ou dezembro, tenho essa esperança", afirmou.

Assim que voltou para Florianópolis após conseguir o contrato, Nicolle já retomou a rotina de treinos. De acordo com a FRM Europe, no entanto, a estreia da brasileira será apenas dia 11 de janeiro, no UFC Vegas 101, contra a lituana Ernesta Kareckaite.

Depois que a estreia acontecer, o plano da paranaense é de conseguir três vitórias expressivas que já a coloquem no top 15 do ranking peso-mosca feminino. Uma de suas inspirações é a também brasileira Natália Silva, que em apenas dois anos já ocupa a sexta colocação.

"Admiro muito o trabalho dela, a história dela, é uma luta que eu gostaria de me testar. Mas se fosse para escolher, eu não gostaria de enfrentar nenhuma brasileira", confessou ela.

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