Por que equipe brasileira foi eleita a melhor de MMA em 2024
O Oscar do MMA 2024 elegeu a Fighting Nerds como melhor academia do ano; essa foi a primeira vez que uma academia brasileira venceu a categoria na premiação.
E o resultado não foi nenhuma surpresa; os lutadores da equipe se saíram muito bem em cima do octógono do UFC, com quase 100% de aproveitamento na temporada que se encerrou dia 14 de dezembro.
Quem abriu o ano da Fighting Nerds na principal competição de MMA do mundo foi Jean Silva, que estreou em janeiro, com um nocaute em cima de Westin Wilson. O paranaense ainda realizou mais duas lutas em 2024, também com vitórias por nocaute.
Em fevereiro, Bruna Brasil acabou perdendo para Loma Lookboonmee. A peso-palha, no entanto, conseguiu se recuperar e venceu sua segunda luta no ano, contra Molly McCann —a derrota da também paranaense foi a única da academia no Ultimate em 2024.
Ainda no mesmo mês aconteceu mais uma estreia de um atleta da Fighting Nerds no UFC; Carlos Prates derrotou Trevin Giles por nocaute e foi escalado para mais três lutas até novembro. Todas foram vencidas pelo mesmo método.
Já em maio foi a vez de um nome já conhecido do público: Caio Borralho, que nocauteou Paul Craig e explicou que fez isso graças aos treinos inteligentes de sua equipe. O peso-médio também venceu Jared Cannonier na luta principal de uma Fight Night e saltou para a quinta posição no ranking da divisão.
Na mesma noite em que Caio nocauteou Craig, aconteceu a terceira estreia de um aluno da Fighting Nerds no UFC; Maurício Ruffy impressionou até Dana White com uma "tesoura voadora" inédita contra Jamie Mullarkey, também vencendo por nocaute.
A vitória do paulista foi tão impactante que foi até difícil conseguir uma nova luta para ele, pois ninguém queria enfrentá-lo. Dana, então, conseguiu uma luta de peso-casado contra James Llontop para o mesmo card que tinha Jon Jones e Charles do Bronx. Maurício saiu vitorioso do octógono mais uma vez.
Ruffy entrega diferencial da Fighting Nerds
Maurício fez apenas duas lutas no UFC, mas já foi o suficiente para elevar mais ainda o nome da Fighting Nerds, graças à suas performances no octógono.
Antes da luta com Llontop, o paulista só tinha vitórias por nocaute em seu cartel, o que é algo impressionante e mostra que ele luta em alto nível. Por esse motivo, muitas academias queriam tê-lo no time e tentavam convencê-lo —mas não a Fighting Nerds.
Ruffy conheceu a academia porque o líder Pablo Sucupira levou alguns atletas, incluindo Caio Borralho, para fazer treinos de sparring onde ele estava na época, e gostou das movimentações do maranhense.
"Todos os lugares que passei, queriam me salariar para treinar, me queriam de qualquer maneira. Procurei a academia, falei com o Pablo: 'Quero entrar pro seu time'. Ele nem deixou eu terminar e falou: 'Não quero nenhuma fruta podre. Você precisa estar aqui 30 dias direto. Se você falhar um dia, não volte mais'. Levei um susto, mas achei muito legal porque ninguém me tratava assim, sempre me bajulavam", contou, em entrevista ao UmDois Esportes.
Maurício cumpriu os 30 dias diretos de treino, entrou para o time e se identificou, principalmente, com a seriedade da academia. Depois de quase seis anos, a equipe acabou virando uma segunda família para ele.
O impacto da Fighting Nerds no UFC
Ao longo de 2024, a Fighting Nerds realizou 13 lutas no UFC com apenas uma derrota. O resultado foi terminar o ano com dois atletas ranqueados no top-15 de suas categorias; Borralho conseguiu estar entre os seis melhores nos médios, enquanto Carlos Prates é o 13º nos meio-médios.
Caio, inclusive, é o atleta mais preparado para disputar um cinturão em 2025. Ele já pediu para enfrentar Dricus Du Plessis algumas vezes. Apesar de haver uma fila na categoria, é possível que o maranhense consiga a chance de se tornar campeão até o fim do próximo ano.
Jean já tem uma luta marcada para fevereiro. Se vencer, ainda mais por nocaute, vai ter moral suficiente para pedir alguém dentro do ranking peso-pena. Ruffy, por sua vez, pediu para enfrentar Benoit Saint-Denis nos leves, resta saber se o UFC vai atender —e se o francês vai aceitar.