Caio Borralho vai enfrentar Jared Cannonier na luta principal do UFC Vegas 96, que acontece neste sábado (24). O confronto foi um pedido do próprio brasileiro, que quer subir sua colocação na categoria dos pesos-médios.
Na 12ª posição, Caio venceu Paul Craig por nocaute em maio, no UFC 301, e completou uma sequência de seis vitórias na organização, além de receber o bônus por performance da noite. Isso tudo deu moral suficiente para ter seu pedido para enfrentar Cannonier atendido.
“Ele é um dos mais experientes da divisão, né? Todos os outros que eu queria já estavam de luta marcada ou com lesões. Para não queimar meu pedido, fui no Cannonier, mesmo sabendo que ele estava mais à frente no ranking. Eu não sabia se o UFC iria me dar ele, mas graças a Deus fui ouvido”, explicou ele, em entrevista ao UmDois Esportes.
Conhecido por ser um lutador estratégico em cima do octógono, Borralho é perito em MMA, mas sabe que vai enfrentar um dos melhores strikers da divisão e já tem uma estratégia inicial traçada: entrar no jogo dele.
“A estratégia principal é deixar ele em dúvida, se vou querer ir pro chão ou ficar em pé. Ele está achando que vou querer ir pro chão, e isso é bom. Ele vai estar preocupado com as quedas, e assim vou conseguir soltar mais meu jogo em pé”, explicou o maranhense.
Apesar de ser uma estratégia ousada, o brasileiro pretende usar essa luta para mostrar tanto para a categoria, quanto para a organização, que é um lutador completo, que sabe usar muito bem as quedas e a trocação.
“Mesmo com o nocaute no Paul Craig, acho que ainda não viram nem metade do meu nível de luta em pé. Poucos caras jogaram ele [Cannonier] para baixo. Ele é um cara bem forte. Tentar uma queda sem sentido vai mais gastar energia minha do que realmente ter algum efeito sobre ele”, analisou.
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Borralho e Cannonier tiveram pouco mais de três semanas para se preparar, mas além da trocação, uma das vantagens de Jared é a experiência em lutas de cinco rounds —essa será a primeira da carreira de Borralho no UFC, e ele contou também como pretende anular todos os pontos em que seu adversário pode ser superior.
“A principal vantagem dele é a experiência, mas de certa forma, também traz uma desvantagem. Não querendo tirar o mérito dele, mas é um cara de 40 anos já, que precisa de um esforço maior para se recuperar. Eu vou puxar um ritmo um pouco maior e me recuperar mais rápido”, avaliou.
Caio Borralho manda recado aos pesos-médios
Além de mostrar mais a força de sua luta em pé, Caio Borralho também quer subir de posição no ranking dos pesos-médios —em caso de vitória contra o quinto colocado, ele ficará perto do top 5 e, consequentemente, mais perto da disputa pelo cinturão.
“O mantra dessa luta é mostrar que o novo campeão da categoria chegou, e o nome dele é Caio Borralho”, cravou o maranhense.
O atual dono do título da divisão é Dricus Du Plessis, que fez sua primeira defesa de cinturão no último sábado (17) e finalizou o ex-campeão Israel Adesanya. Caio estranhou o resultado, mas não tirou o mérito do sul-africano
“Ele está de parabéns. Mesmo tendo um estilo estranho, ele consegue fazer dar certo e está aí sendo o campeão da categoria. A gente só tem que tirar o chapéu para ele. Essa é uma luta que eu quero muito”, admitiu.
O brasileiro, inclusive, já havia desafiado Du Plessis para um duelo antes mesmo de ele se tornar o dono do cinturão.
“Já chamei ele duas vezes e ele até me respondeu, falou: ‘então vai lá, faz mais umas duas lutas'. Eu já fiz três lutas depois disso e foram três vitórias. O UFC sabe disso e acho que até por isso me colocou contra o quinto melhor. Ficando entre os cinco melhores, talvez eu seja um nome nas conversas para o próximo desafio”, disse ele.