Paraná x Vitória: trocar de técnico não foi nem é solução pro Tricolor
Possivelmente a primeira definição após Paraná x Vitória seja a demissão do técnico Rogério Micale (o que realmente aconteceu). Sua campanha no Tricolor é muito ruim - e o rendimento do time só piora, como ficou evidente na derrota por 4x1 para o rubro-negro baiano, na noite desta terça-feira (1), na Vila Capanema. Mas trocar de técnico vai resolver a crise paranista sem fim? Como Allan Aal não era, Micale não é o principal responsável pelo que está acontecendo.
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Apesar do trabalho do atual treinador ser fraquíssimo, ele chegou 'anteontem' ao Paraná, não conhecia o elenco e lhe foi cobrado que o time jogasse um futebol que não tinha capacidade de apresentar. Micale foi o fritado da vez, mas o presidente Leonardo Oliveira e seus poucos assessores é que precisam ser criticados. Foram eles que atrapalharam o que era uma campanha bastante razoável, e agora começa a virar uma luta para escapar do rebaixamento na Série B do Campeonato Brasileiro.
Paraná x Vitória: de novo diferente
Rogério Micale de novo promoveu mudanças no Tricolor. Liberados do isolamento por conta da covid-19, Higor Meritão e Philipe Maia estavam de volta ao time. Mas o treinador fez trocas estranhas. Na zaga, Rafael Lima saiu - logo ele, que tinha sido muito elogiado pelo treinador nas partidas anteriores. E no meio saiu Jhony, que é tecnicamente furos acima do que Karl, que virara 'intocável' na equipe.
Na frente, setor que marcou apenas três gols nos sete jogos que antecederam ao confronto com o Vitória, nada de trocas. Aí até valeria a explicação da falta de opções. Mas o treinador repetia Allan Aal ao não pensar na opção de escalar Vitinho ao lado de Renan Bressan. Os dois só tinham jogado juntos poucos minutos, alguns deles na derrota para o Operário - já quando o Fantasma tinha virado o placar.
Bola rolando
A principal mudança tática do Paraná Clube era de novo a tentativa de dar liberdade a Bressan. O time atuava com duas linhas de marcação, e Wandson e Thiago Alves tinham a incumbência de acompanhar os laterais do Vitória. Tudo para que o camisa 10 não precisasse voltar e tivesse fôlego para se aproximar de Matheus Matias. Mas as dificuldades persistiam, e após um início com correria, o jogo ficou equilibrado.
E quando o Vitória já era melhor, saiu o gol. Vico bateu falta, Filipe não chegou e os visitantes estavam na frente. Além das dificuldades técnicas, o Tricolor precisaria vencer o nervosismo - que vinha inclusive de fora, pois Micale estava tenso demais. E mesmo que ficasse mais com a bola, estivesse mais no campo de ataque e tivesse espírito de luta (isso não falta aos jogadores, o que falta para alguns é qualidade), os donos da casa não criavam, não levavam perigo.
Se não houvesse uma mudança de panorama, Paraná x Vitória terminaria com o placar do primeiro tempo. E o treinador resolveu fazer três alterações no intervalo - Luan, Andrey e Léo Castro nos lugares de Meritão, Wandson e Matheus Matias. Era a admissão de uma escalação errada, e ao mesmo tempo uma medida desesperada.
Sem soluções
Na tentativa de abafa, Andrey e Thiago Alves pelo menos eram mais participativos. A criação de jogadas do Paraná passava por eles, mas era aos trancos e barrancos. O Vitória conseguia manter a posse de bola e evitar uma pressão tricolor. E ainda conseguiu um pênalti, na bobeada de Philipe Maia e no erro da arbitragem, pois a falta foi fora da área. Léo Ceará bateu e ampliou a vantagem baiana.
Apenas depois do 2x0 contra, aos 25 minutos do segundo tempo, Rogério Micale colocou Vitinho na partida, no lugar de Renan Bressan. Mas logo após a troca Jean Victor fez gol contra. E Léo Ceará fez o quarto. O placar, apesar do erro da arbitragem e do gol do próprio Vitinho, era justo. E mostrava como tudo no Paraná Clube está errado. O treinador foi demitido na manhã desta quarta-feira (2), outro virá em seu lugar, mas os maiores responsáveis pela situação tricolor continuarão na Vila Capanema.