Operário x Paraná: mais equilibrado, Fantasma vence e afunda Tricolor
O caráter decisivo de Operário x Paraná não fez com que o jogo desta sexta-feira (27), no Germano Krüger, fosse bom. Mas o Fantasma pôde comemorar. A vitória dos donos da casa por 1x0 manteve a equipe na briga pelo acesso, apesar de ainda distante do G4 da Série B do Campeonato Brasileiro. E o Tricolor só tem o que lamentar. Os erros que começam na diretoria e desaguam no gramado estão cobrando a conta - o afastamento das chances de voltar à primeira divisão nesta temporada.
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Em crise total, não se surpreendam se for anunciada a demissão do técnico Rogério Micale. Que, é bom lembrar, veio por conta do erro na saída de Allan Aal, que foi responsabilizado pelo presidente Leonardo Oliveira pela queda de produção do Paraná. O presidente, por sinal, não tem nenhum assessor no futebol - isso mesmo, o departamento de futebol do Tricolor não existe. É assim que a diretoria, cada vez mais reduzida e que não aceita ser criticada, acha que o clube iria buscar o acesso.
Operário x Paraná: os times
E eis que do nada surgiu uma grande surpresa. Filipe, que na teoria é o terceiro goleiro do Paraná Clube, era escalado como titular para encarar o Operário. Ele está há quase um ano na Vila Capanema e não tinha jogado nenhuma partida - seu momento de maior visibilidade foi quando errou a entrada do prédio onde mora e acabou acertando um muro. Era a prova de que Alisson já não inspirava mais muita confiança de Rogério Micale.
E Filipe era a única novidade tricolor. De resto, a mesma formação, mostrando que o treinador aprovou a atuação na derrota para o Guarani. No Operário, Matheus Costa (enfrentando o Paraná pela segunda vez na temporada) escalava Sávio no lugar de Alex Silva e apostava que Tomas, Marcelo e Thomaz poderiam criar as chances para Ricardo Bueno. Pelas formações, o Fantasma ficaria mais com a bola, e o Paraná se montava para o contra-ataque.
O jogo
Apesar desse desenho inicial, a partida iniciou com equilíbrio. Apesar de realmente o Operário ter mais posse, os dois times buscavam o ataque. Não que criassem chances - os erros de passe e o gramado pesado atrapalhavam. Tecnicamente, como se imaginava, Operário x Paraná estava bem abaixo do que o jogo do primeiro turno. Jogadores como Marcelo (que acabou saindo no primeiro tempo) e Renan Bressan, centros técnicos das equipes, não rendiam. E com isso ninguém predominava.
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A melhor opção paranista era pelos lados, com Wandson e Thiago Alves. Tanto que as duas oportunidades reais do jogo - uma no início, outra no final da primeira etapa - foram dos extremas. O Fantasma estava muito espaçado, Diego Cardoso e Thomaz estavam distantes de Tomas e de Ricardo Bueno. No todo, um jogo muito fraco, que não teve mudança de panorama na volta do intervalo.
Mas, aos poucos, o Tricolor passou a dominar a partida. Trocando mais passes, com Bressan entrando mais no jogo, os visitantes tinham mais presença no campo de ataque, mas isso não se traduzia em chances. O resultado foi que Rogério Micale logo sacou Wandson e Matheus Matias para colocar Andrey e Bruno Lopes. Só que no lance seguinte às alterações Ricardo Bueno marcou de cabeça. Uma falha incrível de Salazar, que deixou o centroavante livre.
Reta decisiva
Aí finalmente o treinador paranista colocou Vitinho para jogar com Bressan. Saiu Jhony, colocando o time totalmente no ataque. O gol tinha abalado os tricolores, tanto que Diego Cardoso quase ampliou a vantagem do Fantasma. Nervosos, eles acumulavam cartões amarelos e pouco ameaçavam Thiago Braga. Era o retrato de um Tricolor em queda livre.
Com o passar do tempo, o Operário foi controlando a partida, mantendo a posse de bola no campo de ataque. O Paraná Clube não criou um lance sequer. A vitória dos donos da casa foi justa porque o time de Matheus Costa foi mais equilibrado nos 90 minutos. E mostrou o tamanho do desgoverno tricolor - em campo, no banco de reservas e na diretoria.