Análise

Fluminense x Athletico: Furacão continua em estado de alerta

Por
Cristian Toledo
06/12/2020 00:03 - Atualizado: 29/09/2023 23:06
Léo Cittadini, que marcou o gol rubro-negro, na disputa com Wellington Silva. Fluminense x Athletico terminou com virada do time carioca.
Léo Cittadini, que marcou o gol rubro-negro, na disputa com Wellington Silva. Fluminense x Athletico terminou com virada do time carioca. | Foto: Mailson Santana/Fluminense FC

Fluminense x Athletico acabou sendo mais um 'choque de realidade' para o Furacão. Após a passagem pela Copa Libertadores, o Furacão foi derrotado pelo Flu por 3x1, neste sábado (5), no Maracanã. Um resultado que mantém o Rubro-Negro com uma pequena vantagem para a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. E uma mostra da dificuldade que virá pela frente.

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Diante de um time aguerrido e bem arrumado, o Athletico jogou quase toda a partida com um jogador a menos por causa da expulsão de Thiago Heleno. E apresentou falhas na marcação que não tinha apresentado nas partidas diante do River Plate. O Fluminense impôs seu jogo a partir dos 20 minutos do primeiro tempo e construiu a virada que o coloca, temporariamente no G4.

Os times

O Athletico tinha um time que estava perto do que poderia ser considerado o titular nos planos de Paulo Autuori. Com Santos, Abner e Nikão de volta, a equipe ganhava corpo e opções técnicas. Faltava ainda o encaixe do meio-campo, que tinha Wellington e Richard, já que Christian seguia fora. Taticamente, era um desenho semelhante ao da vitória sobre o Atlético-MG, com Nikão mais adiantado e mais centralizado.

Assim, Léo Cittadini e Carlos Eduardo jogavam pelas extremas, mas fechavam pelo meio para também chegar à frente. Na marcação, havia a preocupação de impedir que Nenê jogasse e municiasse os rápidos Marcos Paulo e Wellington Silva. Calegari era outra peça que deveria ser bem acompanhada.

Fluminense x Athletico: o jogo

Com dois times que apostavam na velocidade, o início da partida foi muito movimentado. O jogo ofensivo do Furacão deu certo rapidamente, e no lance de Abner pela esquerda, Cittadini fechou na área e marcou. Um minuto depois, o Fluminense teve a chance do empate no pênalti - bem marcado - de Thiago Heleno. Mas Santos mostrou porque é titular defendendo a cobrança de Nenê, e mantendo a vantagem rubro-negra.

Santos defendeu essa de Michel Araujo e ainda pegou um pênalti. Foto: Maílson Santana/FFC
Santos defendeu essa de Michel Araujo e ainda pegou um pênalti. Foto: Maílson Santana/FFC

O Furacão tinha blocos defensivos compactos. Nikão e Renato Kayzer davam um primeiro combate intenso, dificultando a saída de bola dos donos da casa e quebrando o ritmo adversário. Mas uma falha de marcação pela faixa central foi fatal. Michel Araujo levou vantagem, obrigou Santos a fazer ótima defesa, mas ninguém foi para o rebote, e Wellington Silva foi inteligente ao tocar para trás para Nenê, aí sim, empatar Fluminense x Athletico.

E esses erros de marcação no meio provocaram a expulsão de Thiago Heleno. O capitão rubro-negro já tinha amarelo e fez falta pra outro cartão. Autuori decidiu tirar Wellington e colocar Zé Ivaldo para recompor a defesa. Nikão teria que voltar mais para ajudar na marcação e fechar o meio. A característica do jogo passaria a ser mais semelhante aos jogos contra o River Plate.

Pressão

Como era natural, o Fluminense passou a jogar mais no campo do Furacão. Os visitantes tentavam armar o contra-ataque pelos dois lados, com Kayzer e Carlos Eduardo, mas na realidade o time ficava todo na defesa, imprensado pelo tricolor carioca. Mas era uma presença territorial, sem muitos arremates. Até os 15 minutos da etapa final, Santos só tinha feito uma intervenção, numa tentativa de Matheus Ferraz.

Nikão acabou saindo com dores na coxa, e Walter entrou. Logo depois apareceram Fernando Canesin e Jaime Alvarado, saindo Carlos Eduardo e Renato Kayzer. O Athletico ficaria mais resguardado, mas nem houve tempo de as trocas surtirem algum efeito. Na sobra do escanteio, Marcos Paulo marcou o gol da virada. E três minutos depois ele acabou ampliando para 3x1. Jogo resolvido.

Sem um jogador, sem poder mexer no time e na desvantagem, o Furacão não tinha mais o que fazer. O resultado era justo e reforçava a necessidade de mobilização total. Aquela dedicação extrema que se viu na Libertadores precisa ser repetida até o final do Brasileirão. Ainda tem muito campeonato pela frente, e o Athletico não pode desligar.

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