Análise

Athletico x Atlético-MG: sem a mesma motivação, Furacão “perde gordura”

Por
Cristian Toledo
12/12/2020 21:56 - Atualizado: 29/09/2023 21:16
Cittadini, Kayzer e Richard contra Hyoran e Allan. Athletico x Atlético-MG foi muito disputado.
Cittadini, Kayzer e Richard contra Hyoran e Allan. Athletico x Atlético-MG foi muito disputado. | Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Foram 20 minutos bons em Athletico x Atlético-MG para o Furacão. De resto, uma equipe dominada e que se submeteu à marcação do Galo, que venceu por 1x0 na tarde deste sábado (12), na Arena da Baixada. Para os mineiros, um triunfo que mantém o time na luta pelo título do Campeonato Brasileiro. Para os paranaenses, mais um jogo com derrota e com o risco de ser pressionado pelos times que estão lutando para fugir do descenso.

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Já são cinco jogos sem vitória para o Athletico. Aquela recuperação de quatro vitórias seguidas, que tirou o time do buraco e deu tranquilidade para o técnico Paulo Autuori, não foi suficiente para resolver a parada. E queimando a gordura que tinha sido acumulada com 12 pontos, o Furacão volta a ver o perigo rondando a Arena da Baixada.

As equipes

O Athletico mais uma vez ficava perto de ter sua escalação ideal. Já que Jonathan mais uma vez demora para voltar, já é ponto pacífico que Erick, a contragosto de muita gente, segue na lateral-direita. E, na frente, Carlos Eduardo e Renato Kayzer eram os mais eficientes no Brasileirão, com Nikão e Léo Cittadini se aproximando.

Mas quem faltava era Thiago Heleno, que estava suspenso. O General teve uma atuação trágica contra o Fluminense, mas é indiscutível na defesa atleticana. E José Ivaldo era quem tinha as melhores participações quando os titulares não podem jogar, por isso foi escalado. O plano rubro-negro era semelhante ao da vitória em Belo Horizonte: aproveitar-se com velocidade dos espaços que o Galo cede. O time mineiro vinha com tudo: Jorge Sampaoli escalara Zaracho, Hyoran, Keno, Savarino e Vargas.

Athletico x Atlético-MG: o jogo

Uma mudança tática do Furacão era a troca de posições entre Cittadini e Nikão. Marcando, Léo ficava mais à direita, mas no ataque não era raro ver o camisa 11 como um ponta. Um movimento que o Galo não compreendeu. E saindo do lado para o meio foi que Nikão conseguiu o tirambaço que acertou o travessão. E pouco depois Renato Kayzer quase abriu o placar. Com espaço para jogar, os donos da casa começaram a partida dominando.

Carlos Eduardo disputa no alto com Gabriel e Éverson. Foto: Albari Rosa/Foto Digital
Carlos Eduardo disputa no alto com Gabriel e Éverson. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Os mineiros tinham dificuldades para atacar. Apenas Keno ganhava de Erick no duelo individual, e por isso o Atlético-MG partia pela sua esquerda ofensiva. Foi a partir da metade do primeiro tempo que o Galo passou a controlar a partida, jogando dentro do campo rubro-negro. Mas faltava qualidade no chute, tanto que Santos não tinha trabalho. Foi trabalhar após Abner cometer um pênalti bobo no cruzamento de Savarino - e aí deu show, defendendo a cobrança de Keno.

Os dois times tentavam usar a pressão na saída de bola - como Furacão e Galo arriscam muito, qualquer lance poderia ser decisivo. Só que a retomada da posse que originou o gol foi na defesa mineira, e a saída no contra-ataque foi perfeita, até chegar em Eduardo Vargas, que abriu o placar de Athletico x Atlético-MG.

Segundo tempo

O Furacão tentou voltar pressionando o Galo, mas os visitantes seguiam com o controle da partida. Com Hyoran e Zaracho ficando mais para ajudar Allan, e Arana e Guga subindo bem menos ao ataque, o time mineiro ficou mais equilibrado e diminuiu os espaços. Aproveitando uma troca obrigatória, por conta da lesão de Pedro Henrique (entrou Aguilar), Paulo Autuori já colocou Reinaldo no lugar de Carlos Eduardo - mudava no ataque mas trocava um velocista por outro.

O problema estava na construção de jogadas. O meio rubro-negro não jogava por causa da dificuldade para sair da defesa. Os erros de passe se acumulavam, e assim o Athletico não conseguia passar do próprio campo. Tentando melhorar a armação, Autuori sacou Christian e colocou Ravanelli, e também tirou Renato Kayzer e apostou em Guilherme Bissoli.

Lucho González ainda entrou no finalzinho, a última cartada do Athletico. Só que faltou aquela 'competição' que fala Paulo Autuori - mais uma vez. A quarta derrota seguida deixa o Furacão na alça de mira dos outros times que lutam para fugir do rebaixamento. E faz de algo que já parecia um fato consumado de novo um perigoso incômodo.

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