2020, o ano que ainda não terminou
Para o futebol paranaense, o ano de 2020 não termina em 31 de dezembro. Talvez nem para nós, que não vamos conseguir fazer ele passar até pelo menos os profissionais de saúde e os idosos tomarem a vacina contra o novo coronavírus. Estamos fechando o mais estranho ano de nossas vidas, o mais doloroso, o mais impactante, o mais sofrido.
É estranho olhar para trás para tentar entender o que aconteceu. Já adianto que eu não entendi. Só sei que não consigo sequer lembrar como era antes dessa pandemia. Nove meses e meio depois, aquela tal "vida normal" está tão distante como o século 19. Não temos mais a noção de como é sair de casa sem dar um aperto no peito de preocupação.
No futebol, vivemos uma temporada toda difícil. Paramos um campeonato paranaense na metade, vimos um vereador entrar em campo, uma final Atletiba sem torcida, casos e casos de covid-19, a irregularidade de nossos times em todas as séries do Campeonato Brasileiro… E ainda não terminou, porque tem muita coisa para ser definida até fevereiro, quando termina a Série A.
O que fica de 2020?
Não é fácil elencar coisas positivas deste ano. Tudo que vem à mente são tristes lembranças, perdas, o triunfo da ignorância sobre a ciência. Mas 2020 teve momentos para serem lembrados. Talvez sejam poucos, e nem tenham o mesmo impacto das cenas do ano anterior, mas merecem o registro.
Nikão, Thiago Heleno, Renan Bressan, Paulo Henrique, Wilson, Rafinha e Douglas Coutinho foram personagens da temporada 2020 que alegraram os torcedores. De longe, Renan Lodi e Bruno Guimarães seguem brilhando. É claro que a lista dos que falharam é bem maior, começando pelos cartolas, que teriam os primeiros lugares cativos. Mas que lembremos nominalmente dos bons, mesmo que tenham sido estrelas fugazes, como Walter e Robson.
Muito obrigado
Daqui do meu canto, que de uma hora para outra virou quarto, escritório e estúdio, só posso agradecer a quem esteve comigo neste 2020 tão intenso. Na TV, o trabalho contínuo no Globo Esporte, no Bom Dia Paraná, nos programas do SporTV. Os podcasts que participo lá no ge.globo e os comentários diários em vídeo.
O De Letra, um projeto que une diversão e trabalho, chegou a 67 episódios, recebendo vários convidados (não vou citar todos porque vou esquecer alguém) e está desde o início de 2020 entre os podcasts de futebol mais ouvidos do Brasil.
E, claro, o blog. Esse espaço tem menos de um ano, a maior parte na Tribuna, e desde o mês passado aqui no UmDois Esportes. Aos leitores que me deram a honra da audiência, chegando a 8.454.400 (sim, mais de oito milhões!) de visualizações de página em 2020, mais uma vez o meu muito obrigado.
Saio de férias, voltando em 27 de janeiro. Que venha 2021, com vacina, com futebol e com muitos desafios. Até lá.