Um começo de temporada titubeante no futebol brasileiro
Ainda sem a definição do novo técnico da seleção após o retumbante fracasso na Copa do Mundo do Catar, observa-se um começo de temporada titubeante no futebol brasileiro.
Titubeante porque a cúpula da CBF emite sinais hesitantes para definir os rumos da seleção pentacampeã mundial que há cinco copas vem decepcionando.
Titubeante porque os cartolas dos principais clubes também não demonstram interesse e, sobretudo, inspiração para livrar-se de uma vez por todas das correntes da CBF e das federações estaduais em estado de inanição.
Por isso, e só por isso, os grandes clubes se submetem a abertura do ano com as disputas dos anacrônicos e desinteressantes campeonatos estaduais.
+ Confira a tabela do Campeonato Paranaense
Os torcedores acompanham o noticiário que não chega a empolgar.
No futebol paranaense tudo gira em torno da dupla Atletiba depois da impressionante submersão do Paraná Clube.
Os times do interior anunciam providências, mas a queda do promissor Operário para a Série C nacional foi tão chocante quanto à queda do Paraná Clube para a Série D.
O Coritiba trocou o experiente treinador Guto Ferreira pelo principiante António Oliveira. Com discreta passagem pelo Athletico, o português não conseguiu imprimir a sua marca no CT do Caju.
Investindo na experiência, a diretoria coxa-branca espera que o novo elenco corresponda dentro de campo, mas todas as fichas estão mesmo depositadas nos gols do atacante Alef Manga.
O Athletico preferiu perdoar Felipão pelos erros cometidos nas duas derrotas históricas para o Flamengo: a inexplicável retranca em plena Arena da Baixada, que determinou a eliminação na Copa do Brasil, e a inexplicável opção por Vitor Bueno em vez de Terans na final da Libertadores, em Guyaquil.
O veterano profissional virou diretor e o auxiliar Paulo Turra assumiu o desafio de melhorar o padrão técnico do Furacão. Mantendo a bem sucedida política de investir em promessas a diretoria atleticana segue a cartilha.
A principal novidade foi a negociação do jovem ala esquerdo Abner – que se mostrou eficiente apoiador, mas mal marcador – para o Real Betis Balompié, que já conta com Luiz Henrique, revelado pelo Fluminense e titular do time espanhol da Andaluzia.
Bem ou mal, a bola começa a rolar nos gramados brasileiros.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...