A supervalorização dos jogadores mudou o mapa comercial do futebol
Engana-se quem pensa que jogador de futebol é jogador de futebol, tal como professor é professor, médico é médico, advogado é advogado e “uma rosa é uma rosa”.
O esporte é um mundo à parte.
Assim como no showbiss, em todas as modalidades esportivas existem estrelas reluzentes que valem na constelação de astros o seu peso em ouro.
Desde sempre ouvi falar nas fortunas recebidas por pilotos de Fórmula-1, craques do basquete americano, do golfe, do boxe, enfim dinheiro e boas propostas nunca faltaram para os ídolos das multidões.
O futebol passou a ser uma fábrica de recursos financeiros nos últimos trinta anos.
Entenda-se, hoje em dia, para todos os jogadores, pois no passado houve mitos raros como Puskas, Di Stefano, Pelé, Cruyff, Beckenbauer, Maradona e alguns outros que entraram para o hall da fama como autênticos milionários.
Atualmente basta o garoto surgir com potencial técnico e um pouco de carisma pessoal para explodir no mercado da bola.
Só que por trás das cenas nos estádios e nas modernas arenas ou, sobretudo, nas telas dos televisores espalhados pelo mundo, implica uma relação rara e delicada entre empregador e empregado, com o empresário do jogador no meio.
A supervalorização dos jogadores mudou o mapa comercial do futebol.
Alguns times protegem os super talentos, concedendo-lhes até privilégios em relação aos demais componentes do elenco.
A boa novidade é que os craques boêmios deixaram de existir. Ou, pelo menos, tornaram-se minoria, pois a grana solta fala mais alto para todos.
Da mesma forma que é muito bem remunerado, o jogador moderno de sucesso assume compromissos públicos e de preservação da imagem que lhe custam algum sacrifício.
Quanto mais vencedor, quanto mais campeão, mais o craque é venerado e vigiado pela mídia atenta e as infalíveis redes sociais.
Todo cuidado é pouco, afinal a carreira de jogador de futebol é relativamente curta.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...