Sucesso do Athletico contrasta com a decadência de Coritiba e Paraná
Na última década do século passado surgiu o Paraná Clube, com um grande patrimônio, muitos associados, bastante dinheiro em caixa, um pentacampeonato estadual e o acesso à Primeira Divisão enquanto a dupla Atletiba, estagnada, curtia dolorosa permanência na Segundona nacional.
O tempo passou, os dirigentes que se sucederam no comando do clube cometeram tantos equívocos, deslizes e más operações administrativas que conseguiram reduzir o Paraná Clube a uma autêntica caricatura daquilo que foi projetado.
Patrimonial e socialmente esvaziado, com a torcida reduzida e amargando humilhante queda para a Terceira Divisão brasileira, o futuro do Paraná Clube surge sombrio.
Coritiba também não fica para trás do Paraná
O Coritiba não ficou para trás e também tratou de cometer um espeto corrido de besteiras com os dirigentes que assumiram o clube no novo século.
A exceção foi Vilson Ribeiro de Andrade – que melhorou um pouco o antigo estádio Couto Pereira, conquistou o tetracampeonato estadual e foi bi-vice-campeão da Copa do Brasil -, mas a morte anunciada do Coxa determinou a sua sétima queda para a Segundona nacional.
Também pudera. Apenas no campeonato que se aproxima do final, o Coritiba usou cerca de 40 jogadores e trocou sete vezes o comando técnico.
Menos mal para a apaixonada torcida coxa-branca que o novo presidente, Renato Follador Junior, prometeu executar uma revolução no Alto da Glória para tentar reviver os triunfos do passado que ilustram a centenária história do clube.
O sucesso do Athletico contrasta com a decadência dos rivais
Mas, em última análise, o sucesso do Athletico contrasta com a decadência de Coritiba e Paraná.
Sucesso reconhecido em todos sentidos, pois a velha Baixada se transformou na Arena da Copa, os treinamentos deixaram de ser feitos no campo do Flamenguinho para o moderno CT do Caju, o time ganhou títulos estaduais, nacionais, continentais e intercontinentais ao longo do novo século.
Triplicou o tamanho da torcida e consagrou o presidente Mario Celso Petraglia como o mais atuante e realizador dirigente do futebol brasileiro nos últimos 25 anos.
Fosse mais humilde e reconhecesse um pouco os atleticanos que efetivamente conhecem futebol – que o ajudaram nos primeiros tempos da reconstrução do Furacão – e os resultados teriam sido mais expressivos.
Ou, por outra, a mania de Petraglia de querer fazer tudo sozinho, contando apenas com áulicos ou auxiliares remunerados ao seu lado, impediu a explosão do Athletico como o time mais vitorioso do país.
Explico melhor: se tivesse cometido menor número de equívocos na escolha de treinadores e na seleção de jogadores, o Furacão poderia ter uma coleção de títulos ainda mais expressiva.
Cito apenas um exemplo: se Tiago Nunes e sua comissão técnica tivessem sido mantidos após a conquista da Copa do Brasil e se pelo menos o atacante Rony tivesse sido mantido para esta temporada, hoje o time estaria disputando o título do Campeonato Brasileiro e não apenas uma vaga na Copa Libertadores da América.
Isso não é crítica ao presidente atleticano, apenas a constatação da realidade dos fatos.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...