Seleção brasileira segue à deriva e com imagem desgastada
Muita coisa mudou nos últimos 20 anos, nas mais diversas áreas, mas poucas instituições sofreram tanta perda de prestígio quanto a seleção brasileira.
Mesmo sendo a única seleção pentacampeã mundial e tendo revelado alguns dos melhores jogadores de todos os tempos, a dura realidade é que o nosso famoso time “canarinho” perdeu o charme.
Pelo menos é o que se pode observar pelo desinteresse da maioria dos torcedores em torno dos próximos amistosos, frente a Guiné e Senegal, nas cidades de Barcelona e Lisboa, respectivamente.
No passado, quando havia uma partida da seleção nacional, as pessoas se reuniam em torno do rádio e, mais adiante da televisão, para acompanhar os acontecimentos.
A minha geração acompanhou a conquista do bicampeonato mundial – na Suécia, em 1958 e no Chile, em 1962 – através das emocionantes transmissões radiofônicas. As imagens só apareciam na tela dos cinemas uma semana depois dos jogos.
Claro que fenômenos como Pelé, Garrincha, Didi, Zito, Djalma Santos, Nilton Santos e outros mais faziam toda a diferença.
Da consagração do Tri em diante, no México em 1970, a televisão mostrou todas as partidas e milhões de pessoas espalhadas pelo mundo inteiro curtiram, vibraram e aplaudiram a arte dos futebolistas brasileiros.
Entretanto, nos últimos 20 anos e cinco copas do mundo só de fracassos, acumularam-se decepções e jogadores que não corresponderam às expectativas. Assim como treinadores que se mostraram deficientes em seu trabalho e, sobretudo, dirigentes desmoralizados e afastados do comando da CBF por péssimo comportamento.
Agora, a CBF tenta juntar os cacos que restaram após novo papelão da seleção em uma Copa e perde tempo na tentativa de contratar Carlo Ancelotti, o mais vitorioso treinador do futebol europeu.
Por enquanto, dirigida pelo novato Ramon Menezes, e apesar da convocação de vários jogadores que se destacam em seus clubes europeus, a seleção brasileira segue à deriva e com a imagem desgastada.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...