Opinião

A difícil missão de resgatar o prestígio da seleção brasileira

Fernando Diniz.

Antes da conquista do primeiro título de campeão mundial, o torcedor gostava de futebol e amava a seleção brasileira. Tive a oportunidade de conversar com jogadores que participaram de algumas copas perdidas – como Tim e Leônidas da Silva, em 1938, Bauer, Ademir e Zizinho, em 1950, Djalma Santos, em 1954 – e todos reconheciam o carinho dos torcedores, apesar dos fracassos técnicos.

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Com a conquista do pentacampeonato mundial e a consagração de craques que se tornaram ídolos imortais, a marca do selecionado firmou-se no concerto internacional. Havia tanto interesse em conhecer os futebolistas brasileiros que a seleção realizou inúmeras excursões para mostrar as suas atrações.

+ Confira a lista de convocados da seleção brasileira

Participei de muitas dessas viagens, nos mais diversos países, onde a equipe sempre foi recebida calorosamente. Foi a chamada época de ouro do futebol brasileiro, até que a chama foi se apagando nos últimos anos.

Não só pelos fracassos nos mundiais, mas pela escassez de jogadores verdadeiramente empolgantes. Neymar, por exemplo, lesionou-se em sua primeira experiência na Copa do Mundo de 2014, virou piada com o insistente cai-cai na Rússia e teve participação discreta no Catar.

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A maioria dos convocados não apresentou o resultado esperado, ora por culpa dos treinadores, ora pelas próprias limitações de jogadores muito valorizados nesse absurdo mercantilismo que tomou conta do futebol no planeta.

Agora, Fernando Diniz assumiu a difícil missão de resgatar o prestígio da seleção brasileira. Na realidade, o talentoso, mas algumas vezes teimoso Fernando Diniz, vai tentar recuperar a marca do histórico time canarinho.

O Brasil terá sob seu comando dois jogos pelas Eliminatórias do próximo mundial, jogando inicialmente com Bolívia e Peru. A sua primeira convocação foi convencional: não inovou e muito menos inventou.

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Insistiu em chamar Neymar lesionado, mas prestigiou quatro jogadores que atuam em nossos times: Bento, no Athletico; André e Nino, no Fluminense, e Raphael Veiga no Palmeiras. Os demais são remanescentes do último fracasso, portanto, desafiados a cumprir melhor papel daqui para frente.

A grande diferença é de que aqueles antigos jogadores, que também perderam mundiais, tinham outra formação, eram mais humildes e não nadavam em dinheiro como os futebolistas modernos. Ou seja, hoje em dia, ganhando ou perdendo, a maioria continua faturando milhões e participando dos campeonatos mais importantes da Europa. Mudou a formação do homem e o caráter de competidor do atleta.

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