Aguardamos o exame do fracasso da seleção brasileira
Não é só a política que segue complicada no Brasil. O futebol da seleção brasileira também afoga-se em hipocrisia. Cartolas de futebol são, em sua maioria, similares aos políticos do país. Ou seja, um tipo lamentável de gente que desrespeita o dinheiro público e o povo em geral.
A população despreparada vota por obrigação e boa parte dela, logo em seguida, esquece o nome de quem recebeu o seu voto. Está aí o nosso dramático histórico bem caracterizado na antológica frase do ex-embaixador Roberto Campos: “A burrice no Brasil tem passado glorioso e futuro promissor”.
Fiquemos com o futebol. Atitudes oportunistas, palavras controversas do treinador Tite e jogadores milionários que se preocupam mais com a cor do cabelo ou com a próxima tatuagem do que com as responsabilidades profissionais.
Um comportamento lamentável da seleção brasileira na Copa do Mundo que se encerrou no Catar. Nenhum dirigente da CBF revelou autoridade para questionar Tite sobre a inexplicável convocação do veterano lateral direito Daniel Alves.
A defesa do time sofreu diversas improvisações e ficou o dito pelo não dito. A teimosia na escalação de Raphinha, claramente sem requisitos para ser titular da equipe; a improvisação da função de Paquetá e a indefinição do sistema de jogo agravaram o descompasso tático e técnico.
Nem mesmo as boas atuações individuais de Casemiro, Neymar, Richarlison e Vinicius Junior foram suficientes para equilibrar o time. A análise de erros e acertos na partida com a Croácia ficou em segundo plano, pois o problema mais grave foi a falta de atitude dos jogadores dentro de campo.
Se o sistema tático era deficiente e o time estava desequilibrado em todos os setores, a única salvação seria o caráter de competidor dos jogadores mais experientes para superar a esforçada Croácia. Lamento, mas é pouco provável que, com esse tipo de gente que há anos comanda a CBF, tenhamos alguma modificação no panorama da outrora admirada e respeitada seleção pentacampeã mundial.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...