Seja com qual tendência, Brasil erra o passo na política e futuro do futebol é tenebroso
A indagação é unânime: quais perspectivas se apresentam ao país no curto e médio prazos, tendo como pano de fundo as incertezas da pandemia do coronavírus?
Perguntinha complexa, a qual nos obriga a levantar um olhar mais amplo sobre a realidade social, econômica e política do Brasil. Continuamos acreditando que os governantes vão acertar, mas eles continuam errando.
Não se sabe se por simples incompetência, ou por circunstancias políticas que envolvem corrupção e falta de ética pública, mas a dura realidade é que o país não acerta o passo. Seja com que tendência política for, as coisas não funcionam, e a população anda exausta.
Fernando Henrique Cardoso cumpriu um bom primeiro mandato, nas asas do bem sucedido Plano Real, mas caiu na tentação da reeleição e saiu desgastado do poder. O instituto da reeleição não é recomendável para países com elevadores teores de corrupção política.
Para agravar o nosso problema, temos cerca de 40 partidos políticos, o que contamina a democracia pelo excesso, ainda mais quando não se tem um projeto para o país.
Todos só pensam na próxima eleição, na reeleição ou, dependendo do caso, no faturamento da liberação da verba do robusto Fundo Partidário. Diante disso, tristemente, as perspectivas parecem bem piores que as características. No futebol nosso de cada dia, então, o panorama é sombrio.
Verbas da televisão reduzidas, publico nos estádios talvez só daqui a três meses, calendário mutilado, jogadores resistentes na diminuição de ganhos, associados deixando de pagar a mensalidade pela falta de jogos, clubes mal administrados em situação pré-falimentar, desmotivação generalizada diante da gravidade do momento mundial de angustia e temor pela doença.
Sendo assim são tenebrosas as perspectivas para o futebol. E não só para o futebol brasileiro, pois na Europa todos estão batendo cabeça sem saber como proceder diante da crise provocada pelo surpreendente e avassalador micróbio chinês. Sinceramente, estou sem resposta para dizer o que vem pela frente.
Tudo esbarra na lógica para prever os horizontes dos próximos tempos, mesmo que fique patente que haverá um prazo para o recomeço.
O drama aumenta na esfera dos costumes quando observamos as práticas políticas, o comportamento dos líderes da hora e as estacas que continuam sendo cravadas no solo esburacado da esperança.
Por estas e outras que todos estamos recolhidos em casa sem saber exatamente como será o amanhã. Confesso que não é uma boa sensação, mas tenhamos fé em Deus e sonhemos com alguma surpresa positiva, ao fim e ao cabo da tormenta que se abate sobre todos nós.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...