SAF e apostas sem regulamentação são assuntos muitos sérios e preocupantes
Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e, pelos indícios iniciais, o futebol brasileiro ainda não está preparado para tantas transformações. Começando pelo óbvio: a criação da Sociedade Anônima do Futebol, a SAF, reivindicação antiga dos clubes e absolutamente necessária para a modernização da administração futebolística.
Porém, é preciso enfatizar que a simples adesão à SAF, com promessas de toda sorte, não assegura a imediata recuperação técnica dos times que andam patinando. Não se discute a validade dos termos dos contratos firmados entre clubes esportivos e grupos de empreendedores. Tudo no rigor da lei.
Entretanto, no que diz respeito à formação de jogadores na base e, sobretudo, à escolha de profissionais especializados para as comissões técnicas e contratações dos jogadores que integrarão os elencos principais, a palavra mágica continua sendo competência.
Sem competência na gestão do futebol haverá frustração para os torcedores e desânimo generalizado. Portanto, vamos devagar com o ardor porque a maioria dos santos futebolísticos é de barro. Outro fenômeno que sacode o mercado é o esquema fraudulento de apostas nos últimos anos, em jogos de quase todos os campeonatos em disputa.
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O Ministério Público do Estado de Goiás deu o pontapé inicial na operação intitulada “Penalidade Máxima”. As primeiras denúncias são preocupantes, com alguns jogadores já afastados da atividade profissional. Enfim, um novo e sombrio panorama está rondando os gramados.
Sem fiscalização, os suspeitos de manipulação dos resultados de jogos nadaram de braçada e o esquema de lavagem de dinheiro se multiplicou. Passou da hora de as autoridades policiais, criminais, trabalhistas e esportivas tomarem as devidas providências.
Pela gravidade e profundidade do tema talvez seja necessário promover um perdão coletivo para os jogadores denunciados, os quais se tornaram presas fáceis nesse período sem regulamentação das apostas. Seria melhor começar do zero com uma legislação específica para evitar o caos no futebol brasileiro.
Tudo vai depender do volume de denúncias que continua aparecendo em todos os cantos do país.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...