Morreu Renatinho, mas o sonho do Coritiba continua
Renato Follador Junior, o nosso fraterno amigo Renatinho, lamentavelmente não resistiu aos efeitos corrosivos do vírus que abala a humanidade há quase um ano e meio. Morreu Renatinho, mas o sonho do Coritiba continua.
Coxa-branca de casa, pois seu pai foi craque, titular absoluto da ponta esquerda nas conquistas de vitórias e títulos na década de 1950, ao lado de Fedato, Carazzai, Miltinho, Almir Manzochi, Duílio, Ivo e tantos outros ídolos, ele também tornou-se jogador.
Revelado na base, ao lado do irmão Paulinho, que jogava como volante, Renatinho foi ponteiro canhoto.
Logo numa época em que o Coxa possuía o titular incontestável Aladim e a maior revelação da sua história – Dirceu Guimarães – que, entre outras proezas, disputou três Copas do Mundo e uma Olimpíada.
A carreira de Renatinho como profissional foi relativamente curta, mas ele perpetuou em seu coração o amor pelo clube.
Na iniciativa privada, foi profissional de altíssimo nível em sua área – Previdência – mas sempre acompanhando o futebol de perto.
Ganhou a oportunidade de tornar realidade os seus sonhos ao ser eleito presidente do Coritiba.
Com um grupo de companheiros disposto a recuperar o clube - corroído por más administrações e um endividamento fora de controle - ele assumiu cheio de ideias, planos e projetos.
Tristemente não teve tempo de executá-los.
O que é a morte ?
Segundo o grego Platão, trata-se de uma mudança, uma migração da alma, deste mundo para outro.
Para Shakespeare, na obra Hamlet, a morte seria contraponto no tormento da vida “Ser ou não ser, esta é a questão, morrer, dormir, sonhar talvez, quem suportaria os fardos se não fosse o terror da morte”.
O filosofo francês Sartre escreveu “todo ente nasce sem razão, se prolonga por fraqueza e morre por acaso”. Para ele, o sentido da vida quem dá somos nós mesmos, que estamos condenados a nos fazermos permanentemente, vivendo cada momento.
Seria, talvez, o “carpe diem”: aproveitem o dia.
A ausência prematura de Renatinho deixou uma mensagem profunda: deve funcionar como um dínamo de motivação para os seus amigos e seguidores.
O sonho da completa reabilitação do Coritiba não pode parar.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...