Racismo contra Vinicius Jr.: Atitude 10, racismo 0
Novamente insultado e atacado por torcedores de times adversários em jogos do Real Madrid na Europa, o jogador brasileiro Vinicius Junior reagiu de maneira correta e veemente contra o racismo.
O paradoxo costuma rondar sistemas democráticos.
Até que ponto se pode tolerar a intolerância, ser liberal com quem pretende demolir a liberdade ou assegurar os direitos dos que não respeitam os outros seres humanos, independente de cor, credo ou tendência política?
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Em praticamente todos os países registram-se atos de insultos a jogadores afrodescendentes por parte de alguns, ou de muitos torcedores que estão prontos a aplaudir o jogador negro ou mulato quando estes fazem gols para seus times de predileção.
No caso de Vinicius Junior, há muito tempo ele vem sendo hostilizado no futebol espanhol.
Trata-se de uma pessoa com personalidade, que não leva desaforo para casa e cobra apoio dos dirigentes do seu clube, da Federação Espanhola, de La Liga e das autoridades do país.
Na partida de domingo (21) ele foi agredido pelos adversários, xingado e insultado por torcedores e, por incrível que pareça, recebeu cartão vermelho do árbitro.
Sempre digo e repito que racismo é o mau hálito da alma. Só que já passou da hora de atacar o racismo com toda energia e em todos os países do planeta.
Pelo que se observa até agora, as punições aplicadas aos agressores verbais não conseguiram cumprir um papel determinante, pedagógico ou civilizatório.
Sem energia efetiva das autoridades parece difícil modificar a mentalidade do torcedor racista.
A repressão adotada até o momento a um sentimento, por mais odioso que seja, não o desarma.
É preciso desencorajar, pela lei e por atitudes de combate ao racismo, comportamentos que se manifestem de forma explícita.
Surge imperiosa uma vigorosa reação das autoridades governamentais e esportivas da Espanha para extinguir esse ressentimento destrutivo.
Atitude 10, racismo 0.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...