Petraglia, Paulo André e a prova de que nem tudo que é moderno é bom
Com o inevitável encerramento da carreira de diversos treinadores conceituados, respeitados e vencedores. surge uma nova geração procurando os espaços naturalmente existentes nos clubes de futebol.
Entretanto, nem tudo que é moderno é bom e nem tudo que parece moderno o é.
Enquanto campeões testados como Felipão, Vanderlei Luxemburgo, Mano Menezes e outros tantos saíram mal dos times em que trabalharam recentemente, o veterano Paulo Autuori, para ficarmos apenas com um exemplo e ainda por cima por estar atuando no futebol paranaense, foi bem sucedido na temporada que se encerrou.
Após uma má experiência no Botafogo, onde se consagrou como campeão brasileiro, entre outros triunfos, Paulo Autuori atendeu ao desesperado chamado do admirador Mario Celso Petraglia, que estava constrangido em ver o seu Athletico na zona de rebaixamento da série A do Campeonato Brasileiro.
Vítima do seu temperamento mercurial, Petraglia foi infeliz nas tratativas com o campeoníssimo Tiago Nunes ao final do contrato que coincidiu com a conquista do título de campeão da Copa do Brasil, um ano depois de ter vencido a Copa Sul-Americana.
Nem isso bastou para que Petraglia conseguisse se encantar com Tiago Nunes, o qual, não se sabe exatamente a razão, dentro do hermeticamente fechado CT do Caju, caiu no desgosto do ungido Paulo André.
Assumindo o comando do departamento de futebol, protegido pelo manto sagrado de Petraglia, Paulo André lambuzou-se do piso ao teto. Defenestrado do cargo, confirmou a minha suspeita de que nem tudo que é novo é bom.
Antes, pelo contrário, sou daqueles que dá preferencia ao conhecimento, à experiência e à boa educação de profissionais com o estilo e o peso de Paulo Autuori.
Saindo da bacia das almas na classificação do campeonato, o Furacão terminou com uma vaga na Copa Sul-Americana, mantendo a tradição de ser um dos representantes brasileiros nas duas principais competições continentais.
Não é pouca coisa para um clube de porte médio que poderia ter se destacado muito mais no concerto nacional e internacional se desse preferência às conquistas esportivas, antes da realização de bons negócios no mercado futebolístico mundial.
Se o Athletico tivesse mais apetite para títulos, certamente os ganharia em maior quantidade.
Mas como se tornou um revelador de talentos e bom negociador, em toda nova temporada é obrigado a refazer o elenco e, somente após uns quatro ou cinco meses é que o time começa a responder novamente. Tornou-se quase uma tradição de a equipe atleticana cumprir campanhas opacas no Primeiro Turno e reabilitar-se brilhantemente do Segundo Turno do Campeonato Brasileiro.
Não deixa de ser um estilo.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...