Os árbitros se comunicam, mas se trumbicam
Sempre se disse que quem não se comunica, se trumbica. Pelo menos era isso que afirmava Chacrinha, o genial animador da televisão.
Pois a caótica arbitragem está colocando o futebol brasileiro em grave crise. Entra ano, sai ano, é o mesmo cantochão em relação ao apito nacional.
Sempre se criticou o futebol pela não utilização de mais árbitros ou, sobretudo, pela demora na introdução de modernos recursos tecnológicos.
O basquete, que é jogado num espaço mínimo, coloca, dentro da quadra, dois árbitros. E uma mesa cheia de especialistas dá respaldo aos dois.
O futebol americano tem cinco árbitros, todos dentro do campo: o principal e mais quatro auxiliares. São, ao todo, dez olhos e dez ouvidos a serviço da correção do jogo.
A Fifa finalmente resolveu modernizar a arbitragem e o futebol europeu pegou ligeiro o jeito da coisa. Tanto que existem pouquíssimas reclamações em relação ao apito na Europa, nos seus mais diversos torneios.
Aqui se estabeleceu o caos.
Seria algum déficit de quociente de inteligência – o popular QI - dessa brava gente bronzeada ? A CBF implantou o Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro que não apresentou bons resultados até o momento.
Parece que o problema não é só de reciclagem, mas de capacidade mesmo. Ou, no caso, de incapacidade generalizada.
Nem bem terminou o jogo Flamengo x Athletico, pela Copa do Brasil, no Maracanã e começou verdadeira cascata de críticas e contestações ao árbitro de campo e ao árbitro de vídeo. Ambos foram afastados por tempo indeterminado.
E o Athletico apelou ao STJD pedindo punição aos jogadores Gabigol e Arrascaeta, do Flamengo por conduta violenta durante a partida.
Conclusão: o VAR ainda não pegou no futebol brasileiro. Os árbitros se comunicam, mas se trumbicam.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...