Opinião

O VAR continua um desastre no futebol brasileiro

Por
Carneiro Neto
27/11/2020 13:19 - Atualizado: 29/09/2023 23:08
O VAR tem sido um desastre no futebol brasileiro.
O VAR tem sido um desastre no futebol brasileiro. | Foto: Albari Rosa / Foto Digital / Gaz

As regras do jogo de futebol foram criadas pelas federações
esportivas da Grã-Bretanha, as quais estabeleceram a International Board como
órgão responsável pelo setor.

A International Board foi criada em 1883, numa reunião
realizada em Manchester, portanto antes da fundação da FIFA, o que só aconteceu
em 1904.

Atualmente o futebol atravessa um momento de desgaste e insegurança por conta de algumas modificações nas regras do jogo. Em duas delas, particularmente, o bicho está pegando: a lei do impedimento e a interpretação de mão na bola ou bola na mão.

Para aumentar o grau de insatisfação generalizada foi implantado o VAR – “Video Assistant Referee” – que está causando verdadeiro rebuliço no futebol brasileiro.

Tudo porque a arbitragem verde-amarela nunca foi grande
coisa e alguns apitadores foram escalados para partidas finais de Copa do Mundo
unicamente para agradar o então presidente da FIFA, o brasileiro João
Havelange.

No mais, a arbitragem de futebol sempre foi sangue, suor e lágrimas. Menos mal que, com o advento da televisão, acabaram os juízes desonestos e os auxiliares que se faziam de cegos por simples interesse pecuniário.

Temperatura esquentou após grave erro em Ceará x São Paulo

A temperatura esquentou para a arbitragem depois do gravíssimo erro cometido pelo juiz do jogo Ceará x São Paulo na anulação do gol legal do jogador Pablo, que daria a vitória a equipe paulista.

O Coritiba também reclamou da penalidade máxima anotada a favor do Corinthians no mesmo dia. Sempre foi cômodo criticar a arbitragem e transferir para ela a responsabilidade pelo fracasso técnico dos times. Só que agora há razão nas reclamações.

Porque com as mudanças introduzidas pela International Board
ninguém se entende na interpretação de mão na bola ou bola na mão; ninguém se
entende no quesito do que é falta ou não é; ninguém se entende no que é
impedimento ou não.

Para complicar tudo o VAR continua um desastre no futebol brasileiro.

VAR no Brasil virou válvula de escape para dividir responsabilidades

O Árbitro Assistente de Vídeo, em bom português, está sendo
operado por gente despreparada, enquanto que o árbitro de campo, ao contrário
da maioria dos árbitros europeus, por exemplo, viu nas seguidas consultas ao
televisor uma válvula de escape para dividir as responsabilidades das más
interpretações.

Basta assistir aos jogos dos campeonatos europeus para
verificar que raramente o VAR é consultado, enquanto que nos campeonatos
disputados em nosso país, a todo momento os inseguros apitadores fazem aquele
gesto de uma tela de tevê para estragar a alegria do futebol.

Com as mudanças feitas na regra o jogo ficou mais difícil de
ser dirigido, reconheço, pois meio nariz do atacante já indica impedimento,
assim como mesmo com o braço colado ao corpo – como aconteceu com o jogador do
Coritiba no lance do pênalti marcado a favor do Corinthians – pode ser
entendido como falta máxima.

O VAR é uma tentativa de utilização dos modernos recursos eletrônicos para ajudar a dirimir dúvida. Só que, mal utilizado e contando com pessoas despreparadas na sua operação, e um árbitro inseguro dentro do campo, virou pura dor de cabeça para o torcedor, que anda cheio com tanta palhaçada no tecnicamente, há muito tempo, sofrível futebol brasileiro.

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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...

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