O que sobra é um Athletico frustrante e um Coritiba decepcionante
O futebol brasileiro vive grave crise de administração, de ética, de organização e, sobretudo, de técnica dentro de campo, sem esquecer das péssimas arbitragens. São times irregulares e até a seleção brasileira beirando a desmoralização com campanhas risíveis nos últimos mundiais e, agora, nas Eliminatórias.
O Fluminense constitui-se na honrosa exceção, apenas confirmando a regra geral, como atual campeão da Libertadores da América. E o treinador Fernando Diniz, que se perdeu no comando interino da seleção brasileira, livrou a cara no Fluminense.
Por aqui o que sobra é um Athletico frustrante e um Coritiba decepcionante.
A dupla Atletiba afoga-se em hipocrisia.
Atitudes oportunistas de dirigentes, moralismo de ocasião e jornadas tecnicamente sofríveis, apesar do elevado investimento financeiro realizado.
+ Confira as colunas de Carneiro Neto no UmDois
O Furacão, que se aproxima do centenário, gastou um bom dinheiro durante a temporada alimentando a esperança do associado e do torcedor de que conquistaria algum título importante. Nada feito. Teve de se contentar com o título estadual e nada mais.
Foi eliminado dentro do seu próprio estádio nas competições que se envolveu para aumentar o prestígio nacional e continental. Foi eliminado jogando futebol pobre diante de Flamengo e Bolívar, respectivamente na Copa do Brasil e na Libertadores da América.
Restou a esperança de assegurar uma vaga no principal torneio continental, mas também falhou, pois simplesmente não consegue somar os pontos necessários diante de uma impressionante limitação técnica do atual elenco. Agora foi a vez de empatar sem gols com o sofrível Vasco que luta apenas contra o rebaixamento.
Rebaixamento que já pegou o Coritiba, logo após a derrota para o Fluminense, no Maracanã. Foi uma queda anunciada, pois o Coxa começou e terminou muito mal o Brasileirão.
Restou profunda tristeza para a torcida que acreditou em transformações estruturais com a celebração do contrato com a empresa investidora baseada na lei da SAF – Sociedade Anônima do Futebol.
O que se ouve e lê através dos arautos da dupla Atletiba são apenas promessas, que vão de pacto, união, recomposição e outras mais vazias.
A análise de erros e acertos das gestões futebolísticas deveria começar pelo anúncio do afastamento dos profissionais que se revelaram incompetentes na formação das comissões técnicas e nas contratações de jogadores.
Mas ninguém está disposto a se auto-demitir.
Assista ao Carneiro&Mafuz #25
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...