O peculiar sistema de jogo do Athletico surpreende muita gente
Começando pelo óbvio: o futebol premia o profissionalismo e pune o amadorismo. Esta é a primeira constatação na avaliação do desempenho dos principais times brasileiros nos últimos cinco anos.
A principal característica dos maiores vencedores no período – Palmeiras, Flamengo, Atlético Mineiro e Athletico Paranaense – foi a profissionalização de suas administrações, dentro e fora do campo.
Não há mais lugar para cartolas vaidosos ou deslumbrados, pois são presas fáceis para os empresários de jogadores, intermediários e outros espécimes que habitam o mundo da bola.
Nem estou falando das apostas fraudulentas que só agora foram denunciadas oficialmente, apesar de termos sentido algo estranho no comportamento de diversos jogadores há mais de um ano.
Por estas e outras é que clubes tradicionais têm sofrido tantos percalços nos recentes campeonatos nacionais e continentais.
A novidade é o Furacão que, nos últimos anos, foi campeão e vice da Copa do Brasil, bicampeão da Sul-Americana e vice da Libertadores da América. Além de quatro títulos estaduais.
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Agora o peculiar sistema de jogo do Athletico surpreende muita gente. Se alguém conseguiu entender claramente a proposta tática formulada pelo treinador Paulo Turra ajude, pois continuo sendo surpreendido pelas ações produzidas a cada novo jogo.
Para não nos aprofundarmos muito na equação, fiquemos apenas com o banho de bola aplicado no Internacional, durante o segundo tempo da partida no Beira-Rio, e as viradas em cima do Libertad, Flamengo, Coritiba e Botafogo.
Foi resultado da estratégia de jogo elaborada pelo técnico, do talento e da capacidade individual dos jogadores, ou da força coletiva do grupo ? A meu juízo, foi a soma de todos os esforços.
Ou, por outra, na maior parte das vezes o Furacão começou mal, sofreu gol e só consertou após o intervalo e as conversas no vestiário. Virou o leão do segundo tempo.
Porém, no triunfo sobre o Botafogo, pela Copa do Brasil, a equipe de Paulo Turra apresentou-se de forma organizada desde o primeiro minuto, desperdiçando chances de gol e, de forma surpreendente, sofrendo dois gols do adversário.
Na etapa complementar, para variar, veio a virada no placar. Que continue assim.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...
