O futebol brasileiro vive grave crise técnica e administrativa
O mais recente vexame proporcionado pela precoce eliminação do Flamengo, no Mundial de Clubes no Marrocos, serve apenas para confirmar que há muitos anos o futebol brasileiro vive grave crise técnica e administrativa.
Na parte técnica, basta verificar os fracassos da seleção brasileira – pentacampeã do mundo – que deixou más lembranças nas últimas cinco copas.
Sem esquecer, é claro, da suprema humilhação que representou os 7 a 1 aplicados pela Alemanha, na Copa de 2014, no Mineirão.
+ Confira todas as colunas de Carneiro Neto no UmDois!
Tendo perdido a Copa América para a Argentina, em 2021, em pleno Maracanã, a desgastada CBF foi incapaz de enxergar a gravidade do problema, mantendo o treinador Tite e a base da equipe para o próximo fracasso, materializado na Copa do Catar em 2022.
Com uma geração de treinadores pouco inteligentes e criativos; jogadores exibicionistas e em sua maioria embriagados pelos altos e irreais salários; dirigentes vaidosos, mais preocupados com o dinheiro do que com o sucesso técnico dos times, não conseguem sequer organizar uma Liga Nacional de Clubes decente e racional.
O futebol se espelhou na política do país que experimenta uma democracia histérica porque fugiu do controle dos homens mais inteligentes e transformou-se num mero bate-boca de fanáticos. O objetivo dos políticos corruptos é manter o povo alarmado à espera do próximo líder salvador.
Sem partidos sólidos, com verbas eleitorais públicas e uma inexplicável reeleição para os cargos executivos mais elevados do país, o brasileiro tem elegido o que há de mais medíocre na sociedade.
O futebol, com o desgaste moral sofrido pela CBF – Confederação Brasileira de Futebol – nos últimos vinte anos e com a má gestão nos clubes, tornou-se mero fornecedor de jogadores para abastecer os times europeus e de outros continentes.
Com os clubes transformados em sociedades anônimas com fins lucrativos, recebendo aportes financeiros de investidores e corporações internacionais, os torcedores mostram-se perplexos diante de tantos fracassos dentro de campo e preocupados com o futuro.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...