O estilo vencedor de Abel Ferreira e a melancolia da dupla Atletiba
Por mais que se tente motivar o torcedor, a realidade é que as rodadas finais do Brasileirão apenas confirmam a materialização de mais um título do Palmeiras, a impressionante derrocada do Botafogo, e o aumento da angústia na luta contra o rebaixamento.
O estilo vencedor de Abel Ferreira e a melancolia da dupla Atletiba assinalaram o domingo (3) futebolístico.
Polêmico na maioria das vezes, como português autêntico, Abel Ferreira assinalou luminosamente a sua passagem pelo comando do Palmeiras. É improvável que continue, mas já deixou o seu nome eternamente gravado na rica galeria de campeões do antigo Parque Antarctica.
Profissional preparado, na mesma linhagem de José Mourinho, Luís Castro e outros vitoriosos treinadores do futebol português, Abel conseguiu equilibrar a dose de jogadores contratados a peso de ouro com diversas revelações, dando um toque de classe no time que se encaminha para mais um merecido título de campeão.
A melancolia da dupla Atletiba se caracteriza por mais um rebaixamento do Coritiba e pela campanha decepcionante do Athletico.
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Há quem diga que o Coxa caiu sete vezes, mas subiu tantas vezes que se tornou um papão da Série B, seja lá o que isso possa contribuir para aliviar o sentimento da sua torcida.
Promessas não faltam no Alto da Glória, tanto por parte dos executivos da SAF, que mais parecem vereadores ou deputados na venda do peixe diário da ilusão, quanto por parte dos membros da nova comissão técnica liderada pelo treinador Guto Ferreira.
O Furacão prometeu um grande ano, gastou bastante na formação do elenco, mas está encerrando a temporada com o modesto consolo de uma vaga na Copa Sul-Americana.
Nem a goleada sobre o Santos, com direito a gol do improvável Willian Bigode, diminuiu a frustração do torcedor. Mas também não faltam promessas de um futuro melhor até com o ressurgimento do combalido presidente Mario Celso Petraglia, empenhado em nova reeleição.
Ao torcedor resta a expectativa de ampla renovação, tanto na escolha de um novo treinador como na dispensa de diversos jogadores que tiveram decepcionante desempenho ao longo do ano.
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...