O Athletico e esse obscuro objeto do desejo
Desde que se transformou em um dos melhores times do país, o Athletico vem enfrentando desafios interessantes.
Desde que se sagrou campeão brasileiro, em 2001, o Furacão começou a trilhar um caminho bem diferente dos seus mais tradicionais concorrentes, Coritiba e Paraná.
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O desenvolvimento atleticano foi lento, gradual e seguro, assinalado por alguns vices campeonatos nos anos seguintes, tais como no Brasileiro de 2004, na Libertadores de 2005 e na Copa do Brasil de 2013.
A evolução solidificou-se em 2018, com a conquista da Copa Sul-Americana, e o título de campeão da Copa do Brasil, em 2019. Houve novas emoções nos anos seguintes, as quais ainda estão bem vivas na memória do torcedor.
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Frequentar os momentos mais agudos dos torneios que pagam grandes prêmios é mais ou menos como aquele interessante filme do espanhol Luis Buñuel: Esse obscuro objeto do desejo.
Ou por outra, um clube pode perder títulos, mas é arrebatador para o torcedor vê-lo invariavelmente incluído nos momentos mais importantes do futebol nacional e continental. Chegar lá, junto aos grandes, é que materializa esse obscuro objeto do desejo.
E surge o Flamengo novamente no caminho do Athletico, em fase decisiva da Copa do Brasil. Trata-se da repetição dos confrontos do ano passado, quando a inaceitável e cafona retranca armada por Felipão, em plena Arena da Baixada, custou a eliminação do Furacão.
E ainda teve a grande final da Libertadores, perdida bisonhamente para um cambaleante Flamengo, em Guayaquil.
Nesta quarta-feira (5) no Maracanã, e de volta na Ligga Arena (no dia 12), o Athletico tentará superar o milionário e badaladíssimo time carioca.
Wesley Carvalho trabalhou bem nos jogos em que comandou a equipe e já deve ter percebido que o seu maior problema concentra-se na defesa, com zagueiros irregulares, que obrigaram os goleiros Bento e Léo Linck a operarem prodígios na meta.
Em compensação, desde que assumiu, o novo treinador ofereceu liberdade criativa para Erick, Alex Santana, Christian e, especialmente, Vitor Bueno, que estão voando ao lado do artilheiro Vitor Roque.
Pena que Terans tenha baixado muito a rotação e Canobbio e Cuello ainda não tenham entendido o espírito da coisa.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...