Multidões, alegorias, falhas, protestos e gols na festa do futebol
Fazia tempo que Curitiba não experimentava um final de semana com partidas em sequência envolvendo os três clubes e suas fantásticas torcidas.
Tudo começou na sexta feira com nova má apresentação do Coritiba e a consequente derrota para o Sport, provocando a ira da torcida coxa-branca, que anda cansada de tantos desgostos e dissabores. Sobrou protesto contra o grupo de investidores que comanda o clube, popularmente chamado de SAF, com a ação de seguranças, lances farsescos e a ira dos torcedores envolvidos no episódio.
Mas quem acabou mandado embora foi mesmo o treinador Guto Ferreira, como se ele fosse o único responsável pelas contratações equivocadas de reforços e falta de criatividade dos jogadores. Claro, é mais fácil dispensar a comissão técnica do que reconhecer os erros da cúpula ou cortar metade do elenco. Simples repetição do que se registrou na temporada passada.
Sábado de festa na Arena da Baixada coroando de pleno êxito a feliz iniciativa do empresário Carlos Werner que liderou o movimento mercadológico de ressurreição da torcida Tricolor. Quase 37 mil pessoas coloriram as arquibancadas com as cores do Paraná Clube na sua caminhada em busca do tempo perdido.
+ Confira todas as colunas do Carneiro Neto
Mais difícil será dotar a equipe de boas condições técnicas pela quantidade de gols perdida pelo ataque, especialmente no segundo tempo quando desenhou-se uma goleada, não efetivada, sobre o Nacional. Tcheco terá muito trabalho, sem dúvida.
Logo em seguida, uma boa apresentação do Operário, sob o ponto de vista tático e técnico frente ao Vila Nova, em Goiânia. O Fantasma apresentou volume de jogo, eficiente compactação e procedimentos bem coordenados conforme o plano de Rafael Guanaes. Pena, como tem acontecido com quase todos os times brasileiros no momento, que os atacantes sejam medíocres nas conclusões. Para piorar, uma bobeada nos acréscimos permitiu que o adversário chegasse ao gol da vitória castigando todo o grupo que estava satisfeito com o empate.
Lambendo as feridas do papelão em Erechim, o Athletico reuniu forças e caráter de competidor – prestem atenção nisso para o futuro – e conseguiu se impor ao combalido Vasco, vencendo por 1 a 0. Nem empolgou, nem decepcionou, apenas jogou com a obrigação de mandante e com todas as restrições técnicas conhecidas.
Cuca também terá muito trabalho, sem dúvida.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...