Opinião

Mais do que o futuro, nesta eleição está em jogo a história do Coritiba

Por
Carneiro Neto
25/12/2020 13:47 - Atualizado: 29/09/2023 21:13
Samir Namur tenta a reeleição no Coritiba
Samir Namur tenta a reeleição no Coritiba | Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois

“A guerra é uma coisa importante demais para ser deixada por conta dos generais”.

Esta frase, de precisão cirúrgica, foi dita originalmente por um médico. E só foi adaptada e citada, como tem sido através dos tempos, por ter sido cunhada por um jornalista.

Não um jornalista qualquer, mas aquele que mandou imprimir um dos textos mais importantes do século 20, o “J'accuse” – Eu acuso – com que o escritor Émile Zola denunciou um dos mais notórios erros judiciais da historia, o famoso caso Dreyfus.

Além do mais, o autor foi estadista: senador e duas vezes primeiro-ministro da França, nos prolegômenos e no encerramento da Primeira Guerra Mundial, Georges Clemenceau a aprendeu na experiência no trato com militares e ainda nos bancos escolares acadêmicos, no convívio com os luminares das letras francesas do seu tempo.

Como o Brasil não possui nenhum estadista – e tenho duvidas se algum dia teve algum -, tanto que basta correr os olhos pela lista de Presidentes da República ou políticos em geral, a figura de um gigante como Clemenceau merece respeito.

O atual presidente, Jair Bolsonaro, pode ser até bem intencionado, mas positivamente está muito longe de ser um estadista. Ele parece agir como curandeiro que intui o diagnóstico do país, mas não sabe curar.

Bem, estou falando tudo isso para chegar ao assunto deste espaço: a eleição para escolher a nova diretoria do Coritiba.

Claro que não se pretende o surgimento de um estadista no Alto da Glória. Mas, pelo menos, que seja eleito alguém que consiga se aproximar de administradores eficientes e admiráveis, como foram Antônio Couto Pereira, Aryon Cornelsen ou Evangelino Neves no passado do grande clube.

Eleição é chance para associados tirarem o Coxa do atoleiro

O Coxa atravessa uma das suas maiores crises, tanto no
aspecto financeiro, como político e, sobretudo, técnico que, em última análise,
é a essência de todo time de futebol.

Endividado, dividido politicamente e seriamente ameaçado por
mais um rebaixamento no Campeonato Brasileiro, chegou a oportunidade de os
associados tentarem tirar o clube do atoleiro, escolhendo um dirigente a altura
das tradições alviverdes.

Mais do que o futuro, está em jogo a própria história do Coritiba nesta eleição.

O dirigente de um clube de futebol obtém sucesso quando
revela inteligência no trato das coisas relacionadas a atividade, liderança,
visão estratégica, bom senso e redução da margem de erros própria de qualquer
atividade humana.

Ou, por outra, não precisa ser um mágico para acertar, mas
sim alguém com experiência e objetivos bem definidos a serem alcançados.

Clube de futebol, como qualquer empresa, é uma coisa importante demais para ser deixada por conta de amadores inexperientes. Quando isso acontece, os resultados são catastróficos, dentro e fora do campo.

Chegou a hora de os coxas-brancas virarem o jogo de uma vez por todas no Alto da Glória.

Veja também:
Ex-Coritiba completa marca histórica na Europa e comemora renovação
Ex-Coritiba completa marca histórica na Europa e comemora renovação
Racing bate o Cruzeiro e conquista a Sul-Americana
Racing bate o Cruzeiro e conquista a Sul-Americana
Destaque, atacante não veste mais a camisa do Athletico em 2024
Destaque, atacante não veste mais a camisa do Athletico em 2024
Lembra dele? Ex-Coritiba brilha na Premier League e marca golaço; veja
Lembra dele? Ex-Coritiba brilha na Premier League e marca golaço; veja

Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...

+ Notícias sobre Carneiro Neto
Torcida do Athletico quebra recorde, empurra o time e respira aliviada
Carneiro Neto

Torcida do Athletico quebra recorde, empurra o time e respira aliviada

Athletico e Seleção Brasileira chegaram ao limite da obrigação de vencer
Carneiro Neto

Athletico e Seleção Brasileira chegaram ao limite da obrigação de vencer

Athletico jogou como Athletico e arrebatou o Caldeirão lotado
Carneiro Neto

Athletico jogou como Athletico e arrebatou o Caldeirão lotado

Mais do que o futuro, nesta eleição está em jogo ...