É grave a crise de técnicos no futebol brasileiro
Cuca foi eleito o melhor dos técnicos deste ano que se encerra pelo excelente trabalho que realizou no Atlético-MG. Com a conquista da Tríplice Coroa – campeão mineiro, brasileiro e da Copa do Brasil – o paranaense tornou-se unanimidade nacional.
Coisa rara para os treinadores brasileiros na atualidade.
O que mais se observa é a busca por profissionais estrangeiros e o sucesso que eles conseguem em nosso país.
Basta lembrar que a torcida do Fluminense não aprovou a contratação do veterano Abel Braga para comandar a equipe.
É grave a crise de técnicos no futebol brasileiro porque a maioria da nova geração revelou-se despreparada para uma função que exige diversos talentos.
É grande a lista de jovens treinadores que ganharam oportunidades nos últimos dez anos e ficaram pelo meio do caminho, sem sucesso.
Dificuldade em encontrar técnicos, da nova e velha geração
O que impressiona também é a dificuldade de os clubes encontrarem pessoas capacitadas, sem vínculos com empresários de jogadores ou deslizes do gênero, para ocupar o cargo de diretor executivo de futebol.
Ou CEO, como preferem alguns que até já estão chamando o veterano René Simões como HEAD do futebol do Coritiba para 2022.
A renovação tem sido sofrível, daí a mediocridade técnica que marca a maioria dos times nas quatro divisões nacionais.
É um entra e sai interminável de treinadores, supervisores, dirigentes, etc.
Como o português Abel Ferreira ganhou duas Copas Libertadores no mesmo ano a torcida do Palmeiras está agradecida. E por isso mesmo a diretoria do Verdão paulista empenhou-se em mantê-lo na direção do time.
O mesmo ocorre com o argentino Juan Pablo Vojvoda, responsável pela ótima campanha do emergente Fortaleza.
O Internacional parece ter desistido das experiências locais, tanto que trocou um uruguaio por outro: saiu Diego Aguirre e entrou Alexander Medina.
O São Paulo também rodou com diversos treinadores de fora, mas não saiu do lugar e está apostando no jovem Rogério Ceni. O mesmo Rogério Ceni que não deu certo no Cruzeiro, mas levou o Flamengo ao título brasileiro de 2020.
Aliás, o Flamengo é um caso a parte desde que o português Jorge Jesus encantou a todos em sua passagem pelo Rio de Janeiro.
+ Mercado da bola: siga o vai e vem do futebol brasileiro
Depois dele os cariocas tentaram o espanhol Domenéc Torrent, que não aprovou; o já citado Rogério Ceni, que foi comido pelo próprio elenco de jogadores, e o posudo Renato Gaúcho, que foi dispensado depois de perder todos os títulos que disputou.
O Flamengo insistiu com o retorno de Jorge Jesus, mas ele só foi liberado pelo Benfica depois do acordo firmado com outro português, Paulo Sousa, que estava na seleção polonesa.
Agora só falta o Galo trazer Jorge Jesus para a vaga de Cuca que resolveu tirar um ano sabático para descansar.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...