Carneiro Neto

A discutível gestão científica domina o Brasileirão

Por
Carneiro Neto
10/11/2017 20:12 - Atualizado: 27/09/2023 19:37
Brasileirão.
Brasileirão.

Em retrospecto, a verdade é simples. O futebol brasileiro atravessa uma de suas fases mais pobres, tanto no aspecto técnico dos times quanto na gestão dos clubes. Iniciemos pela discutível gestão cientifica que começa a dominar os clubes do Brasileirão. Hoje em dia a maioria das agremiações de ponta criou o chamado DIF – Departamento de inteligência do futebol. Seja lá o que isso represente.

>> TABELA: jogos e classificação do Brasileirão – Série A

Sabe-se que o setor é responsável por buscar e monitorar jogadores, sobretudo jovens revelações, e avaliar as contratações que signifiquem reforços para as equipes principais.

Na prática, os Difs funcionam pouco ou andam carentes de resultados.

Teoricamente deveriam funcionar como ferramentas de gestão do conhecimento no ambiente futebolístico. Mal comparando, como se faz no ensino, quando se traça um perfil de competência do enfermeiro com grau de licenciamento para atuar profissionalmente; ou o reconhecimento dos contributos para a formação de pessoas para a composição das comissões técnicas e análise do potencial dos jogadores para as suas funções.

Mas vamos para o que, efetivamente, interessa.

Brasileirão segue aos trancos e barrancos, com mais decepções do que alegrias para os torcedores. Sem esquecer, é claro, dos graves erros de arbitragem que adicionam mais combustível na tensão geral.

Com o nivelamento técnico dos competidores muito por baixo – o Corinthians tem sido a solitária e honrosa exceção – os Difs foram colocados em cheque.

Afinal, alguém orientou os cartolas de Palmeiras e Flamengo a investir fortunas nesses times que se arrastam na temporada; incentivou a diretoria do Atlético Mineiro a contratar a equipe que tem se apresentado miseravelmente ao ponto de se transformar em máquina de moer treinadores; lançou, para queimar em seguida, o ídolo Rogério Ceni como técnico e a formação de um grupo de jogadores absolutamente desequilibrado no São Paulo.

O Grêmio optou pela busca do título na Libertadores, facilitando a tarefa do Corinthians que errou menos nas contratações.

Poucos contam com uma zaga tão regular, com destaque ao paraguaio Balbuena, disparado o melhor zagueiro do campeonato. Além da mobilidade e entrosamento do meio para frente, sem ter nenhuma estrela reluzente. É puro conjunto.

A modesta dupla Atletiba também foi vitima do excessivo entra-e-sai de técnicos e jogadores deixando os seus torcedores mais uma vez frustrados.

É a comprovação de que no futebol, sobretudo no Brasileirão, o dinheiro ainda não é tudo.

Patrocinadores, verbas maiores da televisão, quadros associativos recheados, tudo isso é importante, mas a velha e boa competência ainda faz a diferença.

A gestão cientifica não substitui os dirigentes e profissionais com “feeling” para a formação das comissões técnicas e dos elencos.

Com um grupo de jogadores relativamente barato em comparação com os principais concorrentes, Corinthians e Grêmio, cada um com a sua proposta, destacam-se na indigência técnica do futebol brasileiro nesta temporada.

>>Leia também

Enquanto o @Coritiba cresce, @atleticopr administra crises: ouça o comentário de Carneiro Neto >> https://t.co/glpq4bwBJC pic.twitter.com/fyGHdb5T8l

— Esportiva (@gpesportiva) November 10, 2017

Matemática do Brasileirão: os riscos e chances de @atleticopr e @Coritiba – confira 👉 >> https://t.co/lBRgWIIbSy pic.twitter.com/3xLa3giniJ

— Esportiva (@gpesportiva) November 10, 2017

Veja também:
Corinthians demite Ramón Diaz e já tem acordo com ex-seleção
Corinthians demite Ramón Diaz e já tem acordo com ex-seleção
Playuzu Brasil: Análise completa e atualizada (2025)
Playuzu Brasil: Análise completa e atualizada (2025)
CBF detalha jogos da terceira fase da Copa do Brasil; veja as datas do Athletico
CBF detalha jogos da terceira fase da Copa do Brasil; veja as datas do Athletico
Mozart define o que não quer mais no Coritiba e revela arrependimento
Mozart define o que não quer mais no Coritiba e revela arrependimento

Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...

+ Notícias sobre Carneiro Neto
Athletico, Coritiba e Operário dão vexame na terceira rodada da Série B
Opinião

Athletico, Coritiba e Operário dão vexame na terceira rodada da Série B

Futebol brasileiro em colapso: Empresários mandam, clubes afundam e a seleção vira piada mundial
Carneiro Neto

Futebol brasileiro em colapso: Empresários mandam, clubes afundam e a seleção vira piada mundial

Athletico e Coritiba assumiram a liderança, e o Operário entregou-se no final
Carneiro Neto

Athletico e Coritiba assumiram a liderança, e o Operário entregou-se no final

A discutível gestão científica domina o Brasileir...