O futebol vive intenso processo de transformação
Nem bem começou e o século 21 já começa a mostrar que será bem diferente dos anteriores. Claro que essa mutação faz parte da natureza, pois a sociedade humana experimentou mudanças extremamente radicais nos dois séculos passados.
No século 19, iniciou-se a industrialização, com desmatamentos gigantescos, aproveitamento sem controle das riquezas naturais e o inicio da poluição. Agora, o planeta apresentou a conta com as imensas transformações climáticas, além das inevitáveis guerras e revoluções que assinalam a trágica história da humanidade.
No século 20, melhorou o padrão de vida com as grandes invenções que facilitaram o transporte, a comunicação, o ensino e, sobretudo, a saúde com impressionante evolução da medicina, da odontologia e dos medicamentos. Mas, a poluição, as guerras e as revoluções continuaram.
Agora, os confrontos bélicos e atos desumanos prosseguem, assim como intenso debate sobre direitos e igualdades sociais. Como não poderia deixar de ser, o futebol nosso de cada dia vive intenso processo de transformação.
Enquanto se discute no Brasil a criação de uma Liga Nacional de Clubes para ficar livre da incompetência e maus feitos da CBF, na Europa, a Superliga tenta ressurgir. Como não poderia deixar de ser, verifica-se profunda divisão por aqui, tanto que existem duas Ligas se confrontando no que pode representar a maior divisão na história do futebol brasileiro.
Lançada há três anos, a primeira versão da Superliga européia foi tão polêmica que não durou nem uma semana. Tudo porque se cogitou estabelecer um clubinho exclusivo dos clubes mais ricos com uma competição paralela para concorrer com a Liga dos Campeões.
Houve protestos de todos os lados: torcedores, comentaristas, treinadores e jogadores reprovaram a proposta. E Fifa e Uefa ameaçaram banir clubes e atletas. A ideia foi para a prateleira, mas reapareceu com maior intensidade e com possibilidades reais de tornar-se realidade.
Como aqui, lá também os clubes não aceitam mais os desmandos da Uefa e da Fifa.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...