Futebol sofre com a violência inaceitável das torcidas organizadas
Os últimos 20 anos foram marcados pelo crescimento da violência no futebol brasileiro entre torcidas organizadas, com aumento de confrontos e centenas de mortos e milhares de feridos.
Por mais que as secretarias de segurança pública dos estados e as divisões policiais em geral tenham implementado medidas de combate à ignorância coletiva daqueles que usam o futebol para exteriorizar os seus ódios e as suas frustrações pessoais, o resultado é decepcionante.
Houve alguns avanços, mas ainda estamos longe da erradicação do grave problema social que atrapalha as multidões que desejam lotar as arenas e os estádios, após dois anos, com a liberação do público nas partidas de futebol.
Uma das medidas foi o efetivo policial escoltar torcidas organizadas das suas sedes “sociais” até o local do jogo. Na prática, torna-se um privilégio em favor da própria fonte de violência.
Tentou-se de tudo. Desde alterações no Estatuto do Torcedor, com a criação de crimes específicos para o esporte, ou a opção pela torcida única nos jogos.
Nada funciona, tanto que um torcedor com a camisa do São Paulo invadiu o campo, sábado em Barueri, no final do jogo da Copinha, portando uma faca para ameaçar os jogadores do Palmeiras.
Athletico x Paraná teve episódios negativos de violência
Aqui, no primeiro clássico do Campeonato Paranaense, o embate entre as torcidas de Athletico e Paraná no entorno da Arena da Baixada.
A polícia agiu com eficiência, mas no interior do estádio houve confronto na divisória que separa o público, tanto que o vidro foi quebrado e cadeiras foram arremessadas para atingir as pessoas.
Urge mais rigor na punição dos envolvidos nesse tipo de conflito que diminui a capacidade humana de relacionar-se; atrapalha os verdadeiros torcedores que não se envolvem em brigas e retira o brilho da essência do futebol, que é paixão, alegria e extravasamento civilizado.
O futebol continua sofrendo com a violência inaceitável das torcidas organizadas.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...