Loading...
Opinião

Hora de repensar o futebol em tempos de coronavírus

Por
Carneiro Neto
20/03/2020 18:32 - Atualizado: 29/09/2023 23:14
Tome do Botafogo fez o alerta na última rodada do Carioca antes da paralisação.
Tome do Botafogo fez o alerta na última rodada do Carioca antes da paralisação. | Foto: Vitor Silva, Divulgação Botafogo

A bola parou.

Tudo por causa de um vírus que, não se sabe exatamente como e por que, surgiu em uma cidade na China e espalhou-se pelo mundo inteiro.

Atende pelo nome de Covid-19, mas também pode ser chamado de novo coronavírus, pois se trata de uma reprodução de pestes anteriores.

Cai com uma luva para o atual momento em que vivemos, a célebre advertência da Albert Camus, em seu discurso na Suécia: “Cada geração se crê destinada a refazer o mundo. A nossa, entretanto, tem uma tarefa bem mais importante: a de impedir que o mundo se desfaça.”

>> Tempo real: acompanhe as consequências do coronavírus no esporte

A fantástica reconstrução chinesa e sua ascensão ao primeiro plano mundial foram produto de um projeto forjado pelas elites, pela liderança comunista que aceitou abrir o mercado, desde que mantida a severa ditadura social. Como não tinha mais o que perder, ou continuar vivendo miseravelmente, o quase 1 bilhão e meio de chineses foi conscientizado dos novos termos.

O projeto nacional é a fixação de um objetivo preciso: a
decisão firme de alcançar os países que estavam há séculos na frente da China.

Logo a China que foi tão inventiva, criativa e moderna em
passado remoto. Marco Polo que o diga.

Pois foi exatamente lá que a peste iniciou-se há alguns meses e atingiu praticamente todos os cantos do planeta. Uma desgraça, sem dúvida.

>>> Quarentena da bola: quatro séries e um documentário imperdíveis sobre futebol na Netflix

Mas os seres humanos finalmente se uniram e estão reagindo a
pandemia que nos assola e promete levar muitas vidas até o final do seu ciclo
natural.

O mundo parou.

Todo tipo de atividade sofreu algum tipo de mudança e há
quem afirme que, ao fim e ao cabo do coronavírus, teremos mais pessoas falidas
do que falecidas.

E como não poderia deixar de ser o futebol nosso, deste
espaço semanal, também está sofrendo as conseqüências da desgraça que nos
atemoriza.

Os campeonatos foram suspensos, os jogadores entraram em
recesso e os profissionais das comissões-técnicas devem estar aproveitando a
quarentena forçada para planejar o futuro.

Sim, existirá um futuro.

Não se sabe quando, nem como e com quantos sobreviventes ao
caos. Mas que haverá um futuro não resta dúvida.

Pois que dirigentes, de clubes e entidades federativas, e profissionais qualificados que atuam em uma das atividades mais rentáveis do mercado de lazer e esporte aproveitem o tempo para repensar o futebol.

Estudem um novo calendário e uma nova fórmula de disputa de torneios que não marginalizem os pequenos clubes.

Aqueles pobres clubes, como o centenário Rio Branco, de
Paranaguá, por exemplo, que dispensou a todos e desfez o time antes de o
Campeonato Paranaense ser concluído.

Simplesmente ele não possui recursos para sobreviver a
crise, pois só tem o Estadual para jogar e, mesmo assim, durante apenas três
meses.

Não seria mais lógico e, sobretudo, mais responsável estabelecer um calendário anual de atividades para os pequenos clubes ?

Aqueles que não possuem jogos programados para os campeonatos nacionais ou continentais, deveriam ser assistidos pelas federações estaduais com competições mais extensas e que motivassem os seus simpatizantes, dentro dos seus próprios limites, no lúdico mundo do futebol.

Leia Também:

Veja também:
Após coma, lutadora curitibana volta ao Brasil para seguir tratamento
Após coma, lutadora curitibana volta ao Brasil para seguir tratamento
"Todos no vestiário...": Real Madrid e os motivos do pesadelo de Mbappé
"Todos no vestiário...": Real Madrid e os motivos do pesadelo de Mbappé
Brasileirão: riscos de rebaixamento após a 35ª rodada
Brasileirão: riscos de rebaixamento após a 35ª rodada
Seleção brasileira vence Australia fora de casa com estádio lotado
Seleção brasileira vence Australia fora de casa com estádio lotado

Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...

+ Notícias sobre Carneiro Neto
Coritiba: crise na gestão do futebol é mais séria do que se imagina
Carneiro Neto

Coritiba: crise na gestão do futebol é mais séria do que se imagina

Contrastes da dupla Atletiba e decepções generalizadas no futebol brasileiro
Carneiro Neto

Contrastes da dupla Atletiba e decepções generalizadas no futebol brasileiro

Torcida do Athletico quebra recorde, empurra o time e respira aliviada
Carneiro Neto

Torcida do Athletico quebra recorde, empurra o time e respira aliviada

Hora de repensar o futebol em tempos de coronavír...