A volta do futebol brasileiro com as mesmas promessas
O escritor italiano Lampedusa timbrou no seu famoso livro, que depois virou filme de Visconti, "O Leopardo", frase antológica: “Se queremos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”.
Aí estão os políticos e a maioria dos administradores públicos que se aproveitam desse pensamento para manter o Brasil um país atrasado, sem infraestrutura, sem educação, cada vez mais violento, mas com muita conversa e politicagem diária.
No futebol não é diferente. Mais parece um extrato dos horrores que acontecem em Brasília. Basta correr os olhos pelo noticiário para observar a volta do futebol brasileiro com as mesmas promessas de sempre.
+ Confira as colunas de Carneiro Neto no UmDois
Na desgastada seleção brasileira caiu Fernando Diniz, que efetivamente fez más escolhas e tornou-se refém da armadilha dos jogadores moderninhos que atuam no exterior. Dorival Junior realizou um sonho pessoal, mas sabe de todos os riscos que correrá na troca do São Paulo pela seleção, outrora de ouro.
A cúpula da CBF, desmoralizada do piso ao teto, segue na mesma, sem reconhecer o vexame que foi tentar a contratação do europeu Carlo Ancelotti.
O calendário futebolístico é desanimador com os arrastados, superados e deficitários campeonatos estaduais abrindo a temporada. Tudo apenas para atender aos interesses políticos e financeiros das federações estaduais.
Por aqui, o Coritiba iniciará um ano de grandes desafios para tentar apagar o fracasso representado por novo rebaixamento para a Série B. Trouxe de volta o experiente treinador Guto Ferreira, perdeu alguns jogadores importantes e anuncia um trabalho de recuperação do estigmatizado Alef Manga. Que ele é bom jogador, ninguém discute. O drama é a imagem que ficou gravada depois de tantas trapalhadas.
O Athletico decidiu investir em um técnico de prestígio internacional, o colombiano Juan Carlos Osorio, contratou alguns jogadores estrangeiros e promete uma campanha digna da comemoração do Centenário.
Resta saber quando o Furacão formará um ataque que garanta a marcação dos imprescindíveis gols.
Assista ao Carneiro&Mafuz #27
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...